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Alemanha quer atrair cuidadores do Brasil

O governo alemão quer recrutar cuidadores no Brasil, disse o ministro alemão do Trabalho, Hubertus Heil, ao jornal Neue Osnabrücker Zeitung, em entrevista publicada neste sábado (20/05).

Há anos que a Alemanha enfrenta falta desses profissionais, ao mesmo tempo em que a população do país que necessita de cuidados cresce.

Heil declarou ao jornal que o objetivo é atrair força de trabalho de países em que há mais profissionais jovens e bem qualificados do que o mercado local consegue absorver.

Assim, ele disse que, em junho, irá ao Brasil com a ministra do Exterior, Annalena Baerbock. Segundo ele, no país sul-americano há muitos profissionais da assistência de idosos e doentes.

Além do Brasil, ele também mencionou a Indonésia e o México. "Vamos agir de uma forma muito cuidadosa, para não retirar de um país a mão de obra que ele mesmo necessita”, salientou.

Faltam profissionais

A Agência Alemã do Trabalho divulgou recentemente que o número de cuidadores na Alemanha aumentou levemente, em 44 mil, em 2021, mas que ainda está muito aquém da necessidade.

Naquele ano, o número total de profissionais atuando no país era de 1,67 milhão. Desde então, a dinâmica do mercado desacelerou, acrescentou a agência, e há apenas um profissional desempregado para cada três vagas que surgem.

Em 1999, o número de pessoas que necessitavam de cuidados na Alemanha era de 2 milhões. Em dezembro de 2021, era de 4,96 milhões. Especialistas calculam que, até 2055, chegará a 6,8 milhões.

Iniciativa anterior não deu certo

A ideia não é nova. Em 2019, o então ministro da Saúde, Jens Spahn, viajou ao México para facilitar a ida de cuidadores para a Alemanha, mas o resultado ficou muito aquém do esperado. Em 2022, apenas 656 profissionais do exterior obtiveram uma vaga na Alemanha por meio da Agência Alemã do Trabalho. A maior parte, 255, oriunda das Filipinas.

Também por isso, especialistas no setor dizem que atrair profissionais do exterior não é a solução para o problema. Eles lembram ainda que, em muitos casos, há dificuldades de comunicação entre idosos e cuidadores que não dominam a língua alemã e sugerem que o governo invista nos profissionais que já estão na Alemanha, tanto nos que trabalham em meio período como naqueles que deixaram de atuar.

as/md (DPA, EPD)

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