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Clima extremo custa 6,6 bilhões de euros por ano à Alemanha

As mudanças climáticas custaram à Alemanha uma média de 6,6 bilhões de euros por ano desde 2000, segundo estudo encomendado pelo Ministério de Economia e  Proteção Climática e divulgado nesta segunda-feira (18/07). No total, estima-se que o calor, a seca e as inundações causadas pela crise climática tenham custado pelo menos 145 bilhões de euros até 2021.

O estudo foi divulgado durante o Diálogo Climático de Petersberg, em Berlim, evento em que altos funcionários de 40 países discutem o impacto das mudanças climáticas e esperam avançar em alguns pontos antes da cúpula climática da ONU deste ano (COP27), em novembro, no Egito.

Para a ministra alemã do Meio Ambiente, Steffi Lemke, os "dados científicos terríveis" ilustram os "enormes danos e custos" da crise climática. "Os números soam o alarme para mais prevenção quando se trata do clima."

Somente os verões de 2018 e 2019, com temperaturas extremas, e as enchentes de 2021 teriam custado mais de 80 bilhões de euros. 

A silvicultura e a agricultura de grande parte da Alemanha sofreram com o calor e a seca. Em 2018 e 2019, esses setores da economia registraram perdas de cerca de 25,6 bilhões de euros. Indústria e o comércio tiveram outros 9 bilhões de euros de prejuízo, pois a produtividade dos trabalhadores caiu devido ao calor. Além dos prejuízos econômicos, há perda de biodiversidade, que não pode ser mensurada em dinheiro.

Alemanha lamenta aumento de uso de combustíveis fósseis

No mesmo evento em Berlim, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, descreveu as mudanças climáticas como o "maior problema de segurança do mundo": "Estamos todos no mesmo barco, o que significa que só podemos virar a maré juntos."

O ministro alemão da Economia e Proteção Climática, Robert Habeck, tirou duas conclusões dos resultados do estudo: "Primeiro, devemos manter as consequências da crise climática em nível tolerável em todo o mundo." Em segundo lugar, seria necessária uma estratégia confiável de adaptação ao clima, que proteja a população, a infraestrutura e a economia do calor extremo e inundações severas. 

Scholz em uma mesa oficial com bandeiras ao fundoScholz em uma mesa oficial com bandeiras ao fundo
Olaf Scholz (c.) reafirmou que reativação de usinas a carvão é medida temporáriaFoto: CHRISTIAN MANG/REUTERS

Anfitrião do evento, o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, expressou preocupação com um "renascimento global da energia fóssil", resultante da escassez de gás  causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia: "Ninguém pode ficar feliz com o fato de que a geração de energia a carvão esteja aumentando", lamentou.

Berlim aprovou recentemente o uso de mais centrais elétricas a carvão, para tentar contornar a redução drástica do gás vindo da Rússia.

"Isso torna ainda mais importante deixarmos perfeitamente claro: esta é uma medida de emergência temporária  estritamente limitada, que não prejudicará nossas metas climáticas", disse Scholz.

O governo alemão apresentou na conferência seu conceito de "guarda-chuva de proteção global" contra os riscos climáticos. O objetivo é fortalecer e desenvolver a arquitetura global de financiamento e seguro de riscos climáticos para os indivíduos e países mais vulneráveis.

"Não é mais uma questão de se os danos climáticos ocorrerão, mas, sim, de com que frequência, quão severos e quão caros serão. E, acima de tudo, quem será especialmente afetado", alertou Jochen Flasbarth, alto funcionário do Ministério do Desenvolvimento da Alemanha.

"Devemos reconhecer que há danos climáticos e que os países mais vulneráveis, em particular, precisam de nossa solidariedade para lidar com isso", acrescentou.

le/av (Reuters, AP, DPA)

As principais florestas do mundo precisam de proteção

Na COP26, 100 países se comprometeram a acabar com o desmatamento e revertê-lo até 2030. Quais são as ameaças às florestas mais importantes do mundo?

Foto: Zoonar/picture alliance
A river runs through a bright forest in the Canadian Rockies

Floresta Amazônica

A floresta amazônica é um importante sumidouro de carbono e um dos lugares com maior biodiversidade do mundo. Mas décadas de exploração intensa e criação de gado dizimaram cerca de 2 milhões de quilômetros quadrados, e menos da metade do que restou está sob proteção. Um estudo recente mostrou que algumas partes da Amazônia agora emitem mais dióxido de carbono do que absorvem.

Foto: Florence Goisnard/AFP/Getty Images
Foto aérea do rio Amazonas

Taiga

Esta floresta subártica nórdica, composta principalmente de coníferas, se estende pela Escandinávia e por grandes partes da Rússia. A conservação da taiga varia de país para país. Na Sibéria Oriental, por exemplo, a rígida proteção da era soviética deixou a paisagem praticamente intacta, mas a crise econômica que se seguiu na Rússia gerou níveis cada vez mais destrutivos de extração madeireira.

Floresta Boreal do Canadá

As taigas subárticas da América do Norte são conhecidas como florestas boreais e se estendem do Alasca ao Quebec, cobrindo um terço do Canadá. Cerca de 94% das florestas boreais do Canadá estão em terras públicas controladas pelo governo, mas apenas 8% são protegidas. O país, um dos principais exportadores mundiais de produtos de papel, derruba delas cerca de 4 mil km2 por ano.

Floresta Tropical da Bacia do Congo

O Rio Congo nutre uma das florestas tropicais mais antigas e densas do mundo, abrigando alguns dos animais mais icônicos da África, entre os quais gorilas, elefantes e chimpanzés. Mas a região também é rica em petróleo, ouro, diamantes e outros minerais valiosos. A mineração e a caça impulsionaram seu rápido desmatamento. Se não houver mudanças, a mata desaparecerá totalmente até 2100.

Florestas Tropicais de Bornéu

A região ecológica de 140 milhões de anos se expande por Brunei, Indonésia e Malásia e abriga centenas de espécies ameaçadas, como o orangotango vermelho e o rinoceronte de Sumatra. Grandes áreas são degradadas pela exploração de madeira, azeite de dendê, celulose, borracha e minerais. O desmatamento proporcionou acesso a áreas remotas, impulsionando o comércio ilegal de animais selvagens.

Floresta de Primorie

Localizada no extremo leste da Rússia, a floresta de coníferas abriga o tigre siberiano e dezenas de outras espécies ameaçadas de extinção. Por ficar junto ao Oceano Pacífico, a floresta tem condições tropicais no verão e clima ártico no inverno. Sua localização isolada e esforços de preservação a deixaram em grande parte intacta, mas a expansão do corte comercial tornou-se uma ameaça crescente.

Floresta temperada valdiviana

A floresta valdiviana cobre uma estreita faixa de terra de Chile e Argentina, na costa do Pacífico. Árvores perenes, de crescimento lento e longa vida, dominam partes da floresta, mas sua extração extensiva ameaça a vegetação endêmica, que está sendo substituída por pinheiros e eucaliptos de rápido crescimento, mas incapazes de sustentar a biodiversidade da região.

 
 
 
 
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