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Pacote anticoronavírus do BCE não acalma mercados

Banco Central Europeu mantém taxas de juros inalteradas e decepciona mercados financeiros. Compra de títulos da dívida é ampliada, e empresas afetadas pela crise do coronavírus deverão ter crédito barato.

Christine Lagarde

Pandemia provocará grande impacto na economia da zona do euro, adverte Christine Lagarde

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira (12/03) um pacote de medidas para estimular a economia da zona do euro, duramente afetada pela pandemia de coronavírus, e tentar acabar com o pânico nos mercados financeiros.

A pandemia provocará um "grande impacto" na economia da zona do euro, advertiu a presidente do BCE, Christine Lagarde, ao anunciar o pacote. Ela apelou aos países-membros para que adotem medidas "coordenadas" e se declarou preocupada com a "lentidão e a complacência" dos governos da zona do euro perante a pandemia.

Em resumo, o pacote de Lagarde contra o coronavírus inclui ampliar o programa de compra de títulos da dívida em 120 bilhões de euros neste ano, elevar ainda mais a liquidez para os bancos dos países-membros e manter inalteradas as taxas de juros.

Assim, a taxa básica continua no recorde histórico de 0%, e os juros cobrados dos bancos que depositam dinheiro no BCE continua em 0,5%. A decisão, que se explica pela margem de manobra mínima da instituição, ainda assim contrasta com os cortes drásticos anunciados pelo Fed, nos Estados Unidos, e pelo Banco da Inglaterra, no Reino Unido.

A autoridade monetária europeia anunciou, porém, que comprará mais 120 bilhões de euros em títulos da dívida até o fim do ano, sobretudo no setor privado, mas também no setor público.

Bancos da zona do euro estarão autorizados a operar com menos capital e liquidez, e o BCE lhes fornecerá ainda mais crédito barato para empréstimos a empresas, sobretudo as de médio e pequeno porte e as dos setores mais afetados pelo novo coronavírus.

Mercado financeiro esperava mais

O BCE não conseguiu tranquilizar os mercados financeiros com seu pacote de medidas. Analistas interpretaram as declarações de Lagarde como um aviso de que os países-membros, e não o BCE, devem fazer algo pela economia afetada pelo vírus.

As bolsas europeias registraram perdas históricas. Na Alemanha, o índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, caiu 12,2% em apenas um dia e está abaixo dos 10 mil pontos pela primeira vez desde 2016. É o segundo pior resultado da história.

O índice Stoxx Europe 600 caiu 11,5% e teve, assim, o seu pior desempenho já registrado. Na França, o CAC 40 caiu 12,3%, e na Itália o FTSE MIB despencou 16,9%.

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