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China tem alta surpreendente nas exportações

Recém-saindo da crise do coronavírus, gigante asiático registra alta nas vendas para o exterior, contrariando previsões negativas e após meses no vermelho. Mas com parte do mundo parado, panorama segue sombrio.

Fábrica na China

Exportações chinesas subiram 3,5% em abril em comparação ao mesmo mês do ano anterior

A China anunciou nesta quinta-feira (07/05) ter registrado um surpreendente aumento em suas exportações no mês de abril, apesar de o país estar apenas começando a sair da crise do coronavírus. As cifras foram impulsionadas sobretudo pela venda ao exterior de produtos médicos.

Segundo os números oficiais, as exportações chinesas subiram 3,5% em abril em comparação ao mesmo mês do ano anterior. O número surpreende porque economistas estavam prevendo uma queda na casa dos 15%. Representa também uma alta significativa frente ao recuo de 6,6% de março e ao de 17% de janeiro e fevereiro combinados.

A alta foi impulsionada, em grande parte, pelo aumento das exportações na área médica. Nesse setor, a China exportou milhões de toneladas de produtos, no valor de 71,2 bilhões de iuanes (10 bilhões de dólares) em abril, salto de 300% em relação ao mês anterior.

Economistas também atribuem parte da alta nas exportações ao fechamento de fábricas em outros países, o que levou a um ganho na demanda por importações no momento em que as indústrias da China reabriam. 

Na comparação anual, as exportações de instrumentos e dispositivos médicos aumentaram 11% nos primeiros quatro meses do ano.

O superávit comercial da China no período foi de 45,34 bilhões de dólares, em comparação com os 6,35 bilhões previstos e os 19,93 bilhões de março. 

Alguns economistas sugerem que boa parte do crescimento das exportações se deve a equipamentos de proteção pessoal contra o coronavírus, mas, tanto em termos de volume como de valor, essa fatia do mercado é considerada pequena demais no setor para ter alimentado tão substancialmente a economia chinesa.

Iris Pang, economista chefe do banco ING para a China, lembrou que, ao mesmo tempo que as exportações de vestuário caíram, as vendas de têxteis cresceram, o que sugere que o material tenha sido usado para fazer produtos médicos, como máscaras.

As importações recuaram 14,2% em relação a um ano antes, maior contração desde janeiro de 2016 e além das expectativas do mercado de uma queda de 11,2%. No mês anterior, a baixa havia sido de 0,9%. Isso deveu-se à fraca demanda interna e à queda dos preços de commodities.

Com o coronavírus sob controle, a economia chinesa começou a abrir-se de novo à medida que as autoridades afrouxam restrições, incluindo ordens de confinamento. Mas analistas se dividem quanto às tendências futuras, à medida que os principais parceiros comerciais da China entram em recessão. A economia da zona euro deverá registrar uma contração de 7,7% este ano, e o setor privado americano perdeu 20,2 milhões de postos de trabalho só no mês passado.

Levando em conta a recuperação das remessas em abril, o grupo de investimentos japonês Nomura aumentou as suas previsões para as exportações chinesas para -22% em maio e junho, contra - 30% que havia estimado anteriormente.

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