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E agora, Petrobras? Aumento no preço dos combustíveis vai impactar inflação já nos próximos meses, afirma Campos Neto

Campos Neto, presidente do BC
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil. - Imagem: José Dias/PR
 

Após a Petrobras (PETR4) anunciar um aumento nos preços dos combustíveis para as refinarias, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o reajuste irá afetar a inflação nos próximos meses.

Campos Neto projeta que o impacto no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), considerado o indicador oficial da inflação, seja de 0,40 ponto porcentual entre agosto e setembro.

"Hoje teve um aumento grande em combustíveis, que tem impacto na inflação. O impacto da gasolina (na inflação) é direto na cadeia. Ainda terá algumas revisões com o reajuste de hoje", afirmou o chefe do BC, em evento.

A Petrobras informou nesta manhã que vai elevar o preço da gasolina e do diesel nas suas refinarias a partir desta quarta-feira (16).

O preço da gasolina será elevado em 16,2%, para R$ 2,93 por litro, enquanto o valor do diesel passará por uma alta de 25,8%, para R$ 3,80 por litro.

 

A intenção do aumento é reduzir a defasagem de preços em relação ao mercado internacional e também os riscos da falta de combustível no país.

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As projeções de Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu nesta terça que o Brasil tem feito um "pouso suave" na inflação com pouco custo para o crescimento da economia.

O chefe da autarquia citou as revisões para cima nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023.

Durante evento hoje, o presidente do BC destacou que há uma há "desancoragem gêmea" tanto nas estimativas do mercado para a inflação quanto para o resultado fiscal.

Repetindo apresentações feitas na semana passada, ele voltou a pontuar as dificuldades estruturais de se reduzir gastos públicos no Brasil.

 

No começo do mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC iniciou o ciclo de afrouxamento monetário, com uma queda de 0,50 ponto porcentual dos juros básicos, para 13,25% ao ano.

A decisão surpreendeu uma parte do mercado, que apostava majoritariamente em uma queda mais "parcimoniosa", de 0,25 ponto.

O Copom ainda sinalizou a manutenção do ritmo de cortes nas próximas reuniões.

A meta de inflação

O presidente do Banco Central disse que o Brasil é um dos poucos países com inflação encaixada para os próximos anos.

"Tem países com inflação desacelerando mais rápido, aqui está no intervalo da meta", afirmou.

 

Campos Neto avalia que países avançados estão com desinflação mais lenta, com Estados Unidos e Europa ainda subindo juros.

Por outro lado, Campos Neto destaca que o Brasil e Chile desaceleram a inflação mais rápido entre os países emergentes.

O presidente do BC reiterou que o custo de desinflação no Chile está mais alto do que no Brasil. Além disso, o chefe da autarquia disse que a taxa de juros de 11% no Chile é muito alta quando comparada com o Brasil.

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