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O valor competitivo da sustentabilidade nos negócios

A população global, pelo estudo da ONU, éde 7.6 bilhões de habitantes (2017) e deve subir para 8,6 bilhões em 2030.

            Vivemos uma época de transição,  de uma era industrial para uma baseada no conhecimento, com alta intensidade de mudanças de relevante importância e impactos econômicos, políticos, sociais e ambientais.

Nesta nova era, o  termo sustentabilidade passou a significar a sobrevivência humana, comotambém para as organizações que produzem e distribuem os bens econômicos, para atender as suas ilimitadas necessidades.

A sustentabilidade contemporânea está integrada aos negócios, gerando ações estratégicas aplicadas nas organizações.

A integração aos negócios foi consolidado em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizado em Estocolmo, na Suécia, quando  o termo passou a ser denominado “desenvolvimento sustentável”  significando: “ O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades humanas da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades”.

O desafio dos negócios é minimizar a escassez, e esta é resultado das ilimitadas necessidadesda população que são atendidas pelos bens econômicos limitados.

Os benssão limitados porque os recursos produtivos também o são, com exceção do recurso produtivo conhecimento.

         O fato do capital conhecimento[1] ter a característica de ser ilimitado e  acumulativo faz a grande diferença na minimização da escassez.

Outra propriedade importante do conhecimento é ser um bem público, porque nenhum ser humano pode ser excluído de sua utilização; significando que à medida que os benefícios de uma nova descoberta se disseminam, bens e serviços gratuitos são disponibilizados, como por exemplo o uso do navegador da internet.

            A açãodas organizações de transformar o “conhecimento em lucro real” é denominado de inovação.

O Manual de Oslo (2005) define:

“Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas”. 

            O  investimentodas organizações de transformar conhecimento em inovação é de alto risco, de altos volumes de capital e de longo prazo, portanto  nenhum empreendedor imagina um negócio que não seja sustentável.

Para o empreendedor, sustentável significa respeitar o ciclo dos recursos produtivos ambientais (renováveis/não renováveis), para a manter seu negócio em atividade na busca permanente do lucro real.

            O desafio no negócio da produção e distribuição de bens econômicos em quantidade abundante, respeitando as limitações ambientaisé denominado de “inovação sustentável”, que é o único caminho para gerar lucro real, de forma permanente nos negócios da organização, para geração atual e futuras.

            O valor competitivo para os negócios é a inovação, consideradana nova teoria do crescimentos econômico de Paul Romer, da Universidade de Stanford, em 1980 e ao mesmo tempo a  sustentabilidade é tida para as organizações como valor.

            A inovação sustentável é a nova ordem dos negócios que considera  o tripé:

·         Social: preocupação com os impactos sociais, dentro e fora das organizações, por exemplo desemprego, exclusão social, linha da pobreza.

·         Ambiental: preocupação com os impactos ambientais com inclusão de processos de ecoeficiência e ecoeficácia, como por exemplo uso de energia, água e gerenciamento de resíduos.

·         Econômica: preocupação com a efetividade econômica (eficiência mais eficácia), lucro real,  investimento em conhecimento e inovação.

Este novo valor competitivo dos negócios demonstra que a nova economia sustentável  contrasta com a teoria malthusiana.

Os malthusianos viam o fim da prosperidade que conhecemos hoje, causada pelo caos gerado pela limitação ambiental, enquanto que,  os novos teóricos do crescimento econômico veem uma prosperidade sem fim.

Para os neomalthusianos, o aumento populacional irá ter o aumento das necessidades ilimitadas que não poderão ser atendidas em função da limitação ambiental, já para a nova economia sustentável, o crescimento populacional é parte da solução.

Quando mais seres humanos,  mais recursos produtivos, pois os homenssão os recursos produtivos mais valiosos. Como aumento da população, mais necessidades devem ser atendidas ocorrendo mais descobertas científicas e avanços tecnológicos.

O crescimento populacional,  leva a um crescimento mais rápido da produtividade e a um PIB per capita crescente. Os recursos são limitados, mas a imaginação e a capacidade humana de aumentar a produtividade e a inovar são ilimitadas.

Esta teoria é comprovada com a realidade que vivemos demonstradas: por Klaus Schwab (2018), em seu livro “A Quarta Revolução Industrial” e pela matéria publicada pela Revista SCIENTIFIC AMERICAN, em fevereiro de 2018 com um relatório especial intitulado: “As 10 Principais Tecnologias Emergentes de 2017”.

As  inovações citadas na revista são:  água potável retirada do ar, combustível de uma folha artificial, inteligência artificial que vê como ser humano, agricultura de precisão, projeto global que objetiva entender como funcionam todos os tipos de células humanas, biópsias líquidas, carros de hidrogênio para as massas, vacinas genômicas, comunidades sustentáveis, computação quântica.

O livro, Quarta Revolução Industrial cita por exemplo: inteligência artificial, robótica, internet das coisas, veículos autônomos, impressão em 3 D, nanotecnologia, biotecnologia e armazenamento de energia.

O novo valor competitivo da sustentabilidade nos negócios, vai se modificando e consolidando em novos paradigmas como o Airbnb, Uber, Alibabá, Google (carro autônomo) WhatsApp, Facebook.

Muitos grupos de estudosda área econômica e ambiental estão revendo suas linhas de pesquisa, para estudar estes novos fenômenos científicos.

O homens e mulheres de negócios devem ter foco neste novo mundo do século XXI, que neste ano festeja sua maioridade – 2018.

 

Professor Me. Luiz Carlos Barnabé de Almeida.

Economista, Jornalista e Administrador. Palestrante.

Autor de livros. Divulgador da Escola Austríaca.



[1]um recurso de produção e distribuição de bens econômicos

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