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Magazine Luiza (MGLU3) dobrou o prejuízo no 2º semestre: ainda vale a pena comprar ações da varejista?

Lu, mascote digital do Magazine Luiza (MGLU3), Magalu, com uma expressão de susto no primeiro plano; em segundo plano, números e gráficos indicando queda, na cor vermelha, sinalizando a baixa nas ações da empresa no Ibovespa
Lu, assistente virtual do Magalu - Imagem: Shutterstock/Montagem Julia Shikota
 

O Magazine Luiza (MGLU3) reportou os resultados referentes ao 2º trimestre de 2023 nesta terça-feira (15). E, embora as expectativas já não fossem as melhores para o varejo, a companhia entregou números ainda piores que o esperado.

Entre abril e junho deste ano, o Magalu teve um prejuízo de R$ 301 milhões. Além de ser uma perda maior que a do trimestre anterior, o resultado também é mais que o dobro das perdas do mesmo período de 2022.

Afinal, o que deu tão errado para o Magazine Luiza? E, além disso, o que fazer com as ações da companhia?

A seguir, te explico o que está em jogo para a varejista e qual é a recomendação dos analistas da Empiricus Research para as ações.

O 'carnezinho' não funciona mais? Entenda o que está em jogo para o Magalu

Para o analista Fernando Ferrer, da Empiricus Research, há duas principais razões para que o Magazine Luiza tenha reportado um resultado tão decepcionante neste 2º trimestre.

Em primeiro lugar, é claro, está a alta taxa de juros. Você deve se lembrar de quando Luiza Trajano, presidente da varejista, virou manchetes dos jornais após telefonar várias vezes ao presidente do Banco Central, Campos Neto, suplicando pela queda da Selic.

O motivo é que, com os juros altos, o poder de compra do consumidor foi corroído e, por isso, as vendas da companhia despencaram. 

Como prova disso, “as vendas nas lojas físicas do Magalu, que historicamente são o motor de rentabilidade da companhia, foi de 2%, abaixo da inflação”, destaca o analista.

Já o segundo motivo se refere à concorrência. Para Ferrer, embora o Magalu tenha um ecossistema muito interessante, com uma logística bem integrada, é notável que tem existido uma dificuldade muito grande no seu crescimento.

“Quando comparamos com o principal player do varejo, que é o Mercado Livre, vemos que o problema não é o setor”, afirma. Para o analista, se antes o Magazine Luiza era um destaque na integração, bom resultado e boa dinâmica de fidelização do cliente, hoje ele não é mais.

Nesse quesito, players como o Mercado Livre e a Amazon tem se saído muito melhor nos últimos tempos, segundo Ferrer. 

“Por exemplo, antes fazia muito sentido ir às lojas, para conseguir crédito para compra ( o famoso crediário). Agora, a Amazon lançou um cartão próprio e você pode comprar a preços muito parecidos aos praticados na loja física. Isso quebrou uma barreira”, explica.

Na mesma linha, Ferrer aponta que as soluções de entrega e devolução cada vez mais ágeis do Mercado Livre também se destacam. “Hoje, se você não tem um porteiro para receber sua encomenda, pode receber na papelaria mais próxima, por exemplo”.

Isso tudo acaba pesando no resultado de Magalu, que precisará buscar por mais soluções, caso queira competir com os players. “O Magazine Luiza ainda precisará criar um programa que seja realmente robusto para que o cliente fique cada vez mais fidelizado.”

O que fazer com as ações MGLU3?

Pensando em tudo isso, é natural que o investidor esteja se perguntando: “o que fazer com as minhas ações do Magazine Luiza?”.

Atualmente, a varejista é recomendada na carteira mensal com as 10 melhores ações para investir no mês, segundo a Empiricus Research. E, de acordo com Ferrer, por ora ela será mantida.

“Por ora, mantemos a recomendação de compra, mas estamos reavaliando por conta desses fatores comentados. É uma yellow flag (bandeira amarela). Para prestarmos atenção”, explica.

Mas vale destacar que essa é uma ação que representa apenas uma “pimentinha” no portfólio. Ou seja, uma dose pequena de risco. 

Além dela, existem outras recomendações nesta carteira que carregam uma segurança maior, aliadas a bons fundamentos e algum gatilho de valorização de curto prazo.

Todos os meses, os analistas da Empiricus Research atualizam a carteira recomendada com novas indicações, que alinham bons fundamentos e algum gatilho de valorização de curto prazo.

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