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Governo volta atrás na taxação da Shein e Shopee e ações do varejo despencam; onde investir agora?

Shein
O governo chegou a conclusão de que a medida causou muita confusão e não “ataca quem está criando o problema” (Imagem: Divulgação)

Depois de muita repercussão (negativa, diga-se de passagem), nesta terça-feira (18) o ministro Fernando Haddad informou que o governo desistiu da ideia de taxar compras internacionais em sites como Shein, Shopee e Aliexpress no valor de até US$ 50. 

Segundo o ministro, o pedido veio do próprio presidente Lula que, na mesma ocasião, solicitou que a questão fosse resolvida administrativamente, sem o fim da isenção para transações entre pessoas físicas. 

“Lula falou: ‘Deu muito diz que me diz na rede, as pessoas estão confusas. Quero que o Ministério da Fazenda encontre um caminho para atacar quem está criando o problema e não as pessoas’.” pontuou Haddad. 

A notícia, certamente, animou os clientes fiéis da Shein e Shopee, que estavam receosos com as futuras compras nas plataformas. 

Em contrapartida, as ações de algumas das principais varejistas do país, como Magazine Luiza (MGLU3), Marisa (AMAR3), Renner (LREN3) e Riachuelo (GUAR3) operam no vermelho na tarde desta terça-feira (18).

Como ficam as varejistas brasileiras nessa história? 

Muito antes do governo decidir voltar atrás na decisão, as empresas do setor de varejo no Brasil já haviam se posicionado contra as concorrentes chinesas. 

Segundo as companhias brasileiras, essas empresas não operam sobre as mesmas cargas tributárias que as varejistas nacionais. 

Isto é, como elas produzem em outros países os impostos cobrados e custos trabalhistas são muitas vezes menores. 

Além disso, há a desconfiança de que essas varejistas internacionais usam a isenção de até US$ 50 para transações entre pessoas físicas como “brecha” para baratear ainda mais o custo de suas mercadorias. 

Uma concorrência desleal para as empresas brasileiras. Além disso, ao “burlar” o sistema de importações, essas empresas também impactam na arrecadação da União. 

Contudo, é importante lembrar que os problemas enfrentados pelo setor de varejo no Brasil não são causados exclusivamente pela concorrência com as chinesas Shein, Shopee, AliExpress e outras. 

Juros altos, inflação e alta alavancagem

Boa parte dos problemas das varejistas nacionais se devem a um conjunto de fatores macro e microeconômicos. 

A começar pela inflação, que reduz o poder de compra dos consumidores. Muitos dos clientes das grandes varejistas do país pertencem às classes C, D e E, que são os grupos mais afetados.

Nesse sentido, o aumento da taxa básica de juros, medida adotada pelo Banco Central para controlar a inflação, também prejudica as varejistas por dois motivos: 

  1. Reduz a atividade econômica: com o crédito mais caro, a população gasta menos, o que representa menos receita para as varejistas; 
  2. Aumenta as despesas: um dos principais problemas das varejistas nacionais é a alavancagem alta. Isto é, essas empresas possuem muitas dívidas e, em um cenário de juros altos, essas despesas ficam ainda mais caras.

Diante desses fatores, a concorrência com as varejistas chinesas é mais um agravante para as empresas nacionais. 

Entretanto, é importante destacar que nem todas as companhias do setor são afetadas pela concorrência da Shein, Shopee e AliExpress. 

Esta varejista brasileira é ‘blindada’ contra a concorrência chinesa

Trata-se de uma empresa do varejo com mais de 60 anos de existência e que atua em um mercado que historicamente, cresce aproximadamente 5% ao ano.

Outro ponto de destaque dessa varejista é o seu modelo de negócio. Além de produzir 80% de tudo o que comercializa, essa companhia investe pesado em marketshare. Inclusive, a cada ano a companhia se consolida como o principal nome do seu segmento. 

No balanço do 4º trimestre de 2022, a empresa conquistou mais 0,5 pontos percentuais de participação de mercado e agora representa 17,4% de todo segmento. Além disso, começou a colher os frutos do seu plano de expansão. 

Até o 2º trimestre de 2022, a varejista estava presente em 38% dos shoppings do Brasil. Contudo, ela não estava satisfeita com esse número. 

A meta da companhia é aumentar em 70% a sua penetração de mercado. Para isso, ela se comprometeu a inaugurar mais 240 novas lojas até 2026. 

A expectativa da associação do setor era de que fossem entregues 13 novos estabelecimentos. Contudo, a companhia conseguiu superar as expectativas inaugurando 16 novas lojas só no 4T22.

Os resultados do último trimestre provam que o plano de expansão da companhia está caminhando muito bem. 

Segundo os analistas da Empiricus Research, este projeto pode representar uma valorização de mais de 70% para as ações dessa varejista nos próximos anos. 

Fonte : Money Times.

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