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Crise de bancos nos EUA leva dólar a disparar no maior valor em dois meses; veja a quanto

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Dólar operou em forte alta nesta segunda-feira em meio à aversão ao risco com bancos americanos (Imagem: Pixabay/hbschw )

O dólar à vista fechou esta segunda-feira novamente em alta ante o real, dando continuidade ao movimento de aversão ao risco disparado na sexta-feira, com investidores no Brasil em busca da proteção da moeda norte-americana, enquanto o Federal Reserve (Fed) atua para segurar a crise de crédito nos Estados Unidos.

No fim de semana, o Fed anunciou um novo mecanismo de empréstimo para dar liquidez aos bancos, na esteira da falência do SVB Financial Group, instituição financeira focada em startups. No domingo, foi a vez de os reguladores norte-americanos fecharem o Signature Bank, com sede em Nova York.

Neste cenário, moedas como o real brasileiro, o peso mexicano e o peso chileno foram penalizadas, com participantes do mercado indo em busca da segurança do dólar.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,2686 reais, em alta de 1,16%.

Na B3, às 17:35 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,89%, a 5,2800 reais.

Perto das 10h (horário de Brasília), o dólar marcou a cotação máxima da sessão, de 5,2835 reais (+1,45%). Por trás do movimento estavam os temores de que a crise bancária nos Estados Unidos possa não ser contida pelas ações do Fed.

“Ninguém esperava que o banco (SVB) fosse quebrar. Foi uma surpresa o que aconteceu, e existe uma aversão a risco nos negócios desde a semana passada”, comentou Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora. “Por mais que o dólar esteja se desvalorizando lá fora, o fechamento de um banco é preocupante. Moedas como o real sofrem.”

No restante da manhã, o dólar perdeu parte do fôlego, para voltar a acelerar durante a tarde. Profissionais ouvidos pela Reuters disseram que a sessão foi marcada pela volatilidade, porque há dúvidas sobre se as ações do Fed vão debelar a crise bancária.

“Estamos no meio de um furacão. Caminhávamos para um cenário mais hawkish (duro) na política monetária norte-americana, mas surgiu a preocupação sobre o efeito que o aperto pode ter na saúde dos bancos. Isso se traduz em muita volatilidade no câmbio”, comentou Cleber Alessie Machado, operador da H. Commcor DTVM.

Internamente, o mercado ainda aguarda os detalhes do novo arcabouço fiscal, a ser apresentado este mês pelo governo. Profissionais do mercado afirmaram que, por enquanto, há certo otimismo com o arcabouço, o que evita uma pressão adicional sobre o dólar ante o real.

 

No exterior, o dólar recuava ante uma cesta de moedas, apesar de manter-se em alta em relação a outras divisas de exportadores de commodities.

Às 17:35 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– caía 0,60%, a 103,620.

Pela manhã, o Banco Central vendeu 15.500 dos 16.000 contratos de swap cambial ofertados para a rolagem dos vencimentos de abril.

(Atualizada às 18:02)

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