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Dólar: O que levou a moeda a fechar no menor valor em quase três meses?

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Dólar acumula perdas de 2,5% em três dias de pregão com investidor estrangeiro mais otimista com risco no Brasil (Imagem: Pixabay)

O dólar à vista fechou o pregão desta quarta-feira (25) em queda de 1,2% frente ao real, cotado a R$ 5,08 para venda. É o menor valor de fechamento desde 4 de novembro do ano passado, mesmo com o feriado de aniversário da cidade de São Paulo, que reduziu o volume de negócios na B3.

A moeda norte-americana engatou a segunda queda consecutiva, acumulando perdas perto de 2,5% em meio ao movimento de entrada de recursos estrangeiros na Bolsa brasileira, o que tem dado suporte à divisa estrangeira abaixo do patamar de R$ 5,15.

“Eu acredito que o fator principal seja mesmo o fluxo estrangeiro”, diz a chefe de análise de trading da Toro Investimentos, Stefany Oliveira, que vê potencial de maior recuo caso o dólar consiga romper o nível dos R$ 5,07.

No exterior, o dólar exibiu mais um pregão de enfraquecimento, em especial a partir do meio do dia, o que também influenciou o movimento local. Ainda assim, o desempenho do real foi superior aos de seus pares de países emergentes e divisas de países desenvolvidos.

Como o dólar deve se comportar até o Fed?

A expectativa de que o ciclo de alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) esteja próximo do fim vem impulsionando o fluxo de recursos ao Brasil, segundo agentes de mercado.

 

 

A aposta majoritária do mercado é que a autoridade monetária eleve a taxa de juros em 0,25 ponto percentual (p.p.) na próxima semana, o que significaria uma nova redução de ritmo do aperto monetário. O Fed está elevando juros desde março de 2022.

A estabilização dos juros nos Estados Unidos tender a aumentar a atratividade do real, principalmente devido a operações no mercado baseadas no diferencial de juros entre os países, o chamado “carry trade”.

Outros fatores também foram citados por analistas como gatilhos para a entrada de gringos no Brasil, incluindo a reabertura da economia da China, o que eleva a entrada de recursos em países emergentes.

Como também a sustentação de preços de commodities e, para alguns, visão mais favorável do investidor estrangeiro com a cena doméstica em comparação ao investidor local.

Lula no radar

Mesmo com o feriado na capital paulista, o mercado monitorou declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em pronunciamento ao lado do presidente do Uruguai, Luís Alberto Lacalle Pou. Lula fez pronunciamento direto de Montevidéu e disse ser possível o Mercosul firmar um acordo comercial com a China e que as negociações irão começar assim que o bloco concluir as negociações com a União Europeia.

 

Um dos principais objetivos da viagem de Lula a Montevidéu era negociar com o presidente do Uruguai para preservar o Mercosul, que se vê ameaçado pela decisão uruguaia de negociar acordos de livre comércio à revelia do bloco, em especial com a China.

*Com Reuters

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