O mercado de renda variável parece não ter sossego. Em 2023, o quadro de incertezas deve continuar prevalecendo, uma vez que o cenário global promete ser bastante conturbado, com juros ainda em alta e a atividade em desaceleração.

Na avaliação do Santander, a inflação deve melhorar no curto prazo, mas está longe de níveis confortáveis.

“Tais desafios no ambiente externo contribuem para tornar o quadro brasileiro mais nebuloso”, comenta o banco, em relatório de Perspectiva Anual para 2023.

No ambiente doméstico, as incertezas quanto ao futuro fiscal do Brasil pesam mais aos mercados, uma vez que a trajetória das contas públicas é fundamental para determinar o cenário à frente, especialmente no que diz respeito à condução da política monetária no país, afirma o Santander.

Vantagem

De acordo com o Santander, o Brasil entra em 2023 com algumas vantagens em relação aos pares emergentes. O principal é o ciclo de elevação dos juros, já encerrado pelo Banco Central, mas que segue em trajetória de alta em outros países.

Além disso, como a Bolsa brasileira conta com uma parcela considerável formada por commodities, o mercado doméstico pode ser beneficiado dentro de um contexto de reabertura econômica na China, acrescenta.

Em relação aos preços, o Santander enxerga valor no mercado de ações local. Para a instituição, os níveis de preços estão atrativos em comparação aos níveis históricos.

“Porém, reconhecemos que, a depender do desenho da política fiscal, do nível de atividade e do comportamento da taxa de juros ao longo de 2023, podemos ver alguma revisão para abaixo nos lucros projetados das empresas, o que pode ter impacto na trajetória da Bolsa para o próximo ano”, pondera o banco.

Alternativa atrativa

O Santander enxerga os fundos multimercados como uma alternativa atrativa dentro do cenário que se forma para o próximo ano, tanto do ponto de vista global quanto do ponto de vista local.

Como os fundos multimercados permitem exposição a diferentes classes de ativos, o banco avalia que esse tipo de investimento pode se beneficiar da incerteza e da volatilidade esperada para os mercados no próximo ano.

Sobre investir no exterior, o Santander acredita que, como os mercados internacionais já refletem cenários relativamente negativos, é possível que haja uma recuperação em algum momento.

“Nesse sentido, é essencial acompanhar a magnitude da retração da atividade econômica e seu impacto nos resultados das empresas, além da trajetória adicional de alta nos juros que deve ocorrer ao longo de 2023”, aconselha o banco.

Fonte : Money Times