O Bitcoin (BTC) vem passando por uma fase de baixa volatilidade após a crise da corretora FTX em novembro. A criptomoeda saiu de US$ 21 mil no dia 5 de novembro, e estacionou na região dos US$ 17 mil desde então.
A criptomoeda neste mês acumula perdas de mais de 20%, comparado com um ano onde derrete mais de 64%. Para tentar identificar um rally, é necessário antes analisar alguns dados importantes para tal.
O futuro só pertence a Satoshi
Antes de tudo, dados do Coinglass mostram que o mercado passou por uma limpeza de alavancagem em novembro bastante parecido com Terra (LUNA) em maio.
No começo de novembro, mais de US$ 228 milhões em posições compradas, e US$ 70 milhões em posições vendidas em criptoativos, foram liquidadas, apenas na Binance. A queda no preço de tela, o medo e o contágio de FTX derrubaram o preço do Bitcoin mais ainda.
O número de Open Interest em Futures na Binance – de contratos em derivativos em aberto – saiu de US$ 4,16 bilhões no dia 5 de novembro para US$ 3,02 bilhões atualmente.
Foi um gatilho para uma venda massiva por parte dos negociadores, e despejo de bitcoins no mercado. Entretanto, se existe gente vendendo, há aqueles que compram, e os que compram podem estar pensando em longo prazo.
A quantidade de Bitcoin e corretoras vêm diminuindo em níveis recordes o ano inteiro. No recorte pós FTX houveram envios de carteiras de investidores à longo prazo que quiseram desfazer-se de seus ativos, mas conforme dados do Coinglass, a quantidade de Bitcoin saindo superou esse número.
Bitcoins nas corretoras geralmente indicam negociação, tanto a venda como a compra da criptomoeda, e o movimento de escassez nela, pode indicar uma visão de longo prazo da parte de quem compra.
Para entender melhor o movimento de quem vende, também pode ser utilizado uma análise do NUPL.
O NUPL é a divisão do lucro/perda não realizado pelo valor de mercado. Isso cria o Lucro/Perda Líquido Não Realizado, NUPL em inglês, que é muito útil para rastrear o sentimento do investidor de longo prazo de Bitcoin.
Conforme o “Look into Bitcoin”, os investidores que não estão mandando seus Bitcoins para as corretoras estão com uma perda não realizada de 17,62%, esse número chegou a ser 31,35% logo após a crise de FTX.
O movimento pode indicar um movimento de capitulação após a crise na FTX, onde os investidores estão vendendo, mesmo no prejuízo.
O cenário provável, é de que o mercado já levou tanta porrada ao longo do ano, que após FTX os investidores de curto prazo resolveram se desfazer de seus ativos, mesmo no prejuízo, como visto acima.
A métrica que pode ajudar a compor essa tese é a onda de holders – que mede a “idade” dos bitcoins movidos em um determinado período de tempo.
No gráfico é observado quando os bitcoins foram movidos pela última vez entre carteiras e agrupado a quantidade deles por diferentes faixas etárias mostradas na chave do gráfico.
É importante observar que mais de 20,46% dos bitcoins movimentados atualmente estão em uma faixa etária de um a dois anos. São os “mesmos bitcoins” que chegaram na máxima histórica de US$ 69 mil em novembro do ano passado.
No ano passado, o grupo de 1 a 2 anos representava 9,65%, e os comprado entre 6 a 12 meses, ou seja, naquele ano representava uma quantidade de mais de 18%.
A partir do cruzamento dos gráficos, é possível dizer que existe uma grande probabilidade de estarmos em um momento de capitulação, onde os investidores que entraram na alta estão vendendo suas criptomoedas por medo do mercado cair ainda mais, enquanto os investidores de longo prazo aproveitam para acumular.
Macroeconomia deve ajudar desta vez
Para André Franco, analista chefe do Mercado Bitcoin, o rally de final do ano é possível sim. Franco diz que o cenário macroeconômico pode favorecer o Bitcoin neste final de ano.
“Tudo que a gente olha de macroeconômico, e de problema intrínseco do mercado cripto, acaba favorecendo a narrativa de que até o final do ano tenhamos um rally”, diz.
Fonte : Money Times.
