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Artigo - XP: exemplo a ser aplaudido

Embora a história contemple exemplos de sucesso de empresas brasileiras até mesmo em setores altamente competitivos, como é o caso da Embraer, não há dúvida de que a imagem do nosso empresariado ficou arranhada nos últimos tempos em razão do envolvimento de alguns deles num dos maiores escândalos járegistrados, que se tornou conhecido pelo nome de Petrolão.

Ainda que nesse caso específico, as empresas diretamente envolvidas – além da Petrobras, é claro – tenham sido as grandes empreiteiras como Odebrecht, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, OAS e Andrade Gutierrez, outros casos também contribuíram para que esse arranhão fosse mais intenso, entre os quais as empresas de Eike Batista e a JBS. O fator comum em todos esses casos é a relação incestuosa que essas empresas mantinham com o governo federal ou com governos estaduais.Ficou a sensação amarga de que para ter sucesso no Brasil era necessário adotar práticas condenáveis, por meio de relações inconfessáveis com o governo ou com empresas estatais.

 

Nesse sentido, me deu enorme satisfação concluir a leitura de Na raça: Como Guilherme Benchimol criou a XP e iniciou a maior revolução no mercado financeiro brasileiro (Intrínseca, 2019).

 

Muito bem escrito pela jornalista Maria Luíza Filgueiras, o livro narra a incrível história de Guilherme Benchimol, desde sua mudança para Porto Alegre, depois de sair envergonhado do Rio de Janeiro numa espécie de fuga por ter sido demitido de seu primeiro emprego, até os dias atuais, em que, já com a XP unida ao Banco Itaú, segue à frente da empresa que se transformou em símbolo de sucesso no mercado financeiro.

 

Jorge Paulo Lemann, verdadeiro ícone no meio empresarial brasileiro, cuja história de sucesso pode e deve ser lida em Sonho grande: Como Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sucupira revolucionaram o capitalismo brasileiro e conquistaram o mundo (Primeira Pessoa, 2013), é quem prefacia o livro. No referido prefácio, depois de declarar que todo empreendedor bem sucedido é um fanático, ele confessa se sentir um dinossauro e afirma que está tentando aprender sobre a nova economia a partir de casos como o da XP.

 

Ao encerrar a leitura, fiquei com a agradável sensação de que é possível ter sucesso no cenário empresarial brasileiro andando em linha reta, sem necessidade de enveredar pelos caminhosdo suborno e da corrupção.

 

Parabéns Guilherme Benchimol.

 

Como apaixonado por esporte, concluo com um sentimento comum a muitos comentaristas ao serem obrigados a se referir à atuação de juízes e goleiros antes do final das partidas: por favor Guilherme, não queime a minha língua!

 

 



Luiz Alberto Machado - Economista, graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Mackenzie, mestre em Criatividade e Inovação pela Universidade Fernando Pessoa (Portugal), é sócio-diretor da empresa SAM - Souza Aranha Machado Consultoria e Produções Artísticas. Foi presidente do Corecon-SP e do Cofecon.

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