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Ipea reestima o potencial de trabalho remoto no país de 22,7% para 16,7%

Estudo apontou as possíveis razões para a disparidade entre o potencial e o efetivo trabalho remoto

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta sexta-feira (25/2), um estudo com a reestimativa do potencial de trabalho remoto no país de 22,7% para 16,7%. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores estimaram o potencial de teletrabalho no Brasil, com base em metodologia de Dingel e Neiman (2020) aplicada à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para o período anterior à pandemia de Covid-19 e, posteriormente, avaliaram aqueles ocupados que possuíam condições de exercer o trabalho de forma remota.

As medidas de distanciamento social impostas pelo Covid-19 diminuíram a atividade econômica mundial e, em consequência, uma parcela da população começou a trabalhar em home office. Dingel e Neiman (2020) mapearam o potencial desse trabalho remoto para os Estados Unidos e também para outros 85 países, entre esses o Brasil. Ao aplicar a metodologia desses autores para o país, estimou-se um potencial de trabalho remoto de 22,7% dos trabalhadores ocupados no período imediatamente anterior à pandemia de Covid-19.

Na observação dos dados da PNAD Covid-19, o percentual de pessoas em trabalho remoto efetivamente observado em maio de 2020 era de 13,3%, mas chegou a 9,2% em novembro do mesmo ano. Para obter a reestimativa do teletrabalho potencial no país e encontrar os 16,7% acima citados, foram avaliadas as condições dos trabalhadores em ocupações passíveis de serem realizados de forma remota como, por exemplo, se possuíam computador, acesso à internet ou mesmo energia elétrica na residência.

O texto para discussão intitulado “O trabalho remoto potencial e efetivo no Brasil: possíveis razões de um hiato elevado” mostrou que, cerca de um quinto dos trabalhadores em ocupações passíveis de serem realizadas de forma remota não possuíam meios necessários para estarem em home office: não tinham computador com acesso à internet ou mesmo energia elétrica constante em seus domicílios.

Os pesquisadores também recalcularam, por Unidade Federativa (UF), os percentuais de pessoas com potencial de exercerem suas atividades de forma remota no país. Eles notaram que houve uma redução generalizada no potencial de teletrabalho em cada UF, com destaque para os estados das regiões Norte e Nordeste. Os menores percentuais foram observados nos estados do Pará (8,1%) e do Maranhão (8,2%). Em contrapartida, São Paulo (21,1%) e Distrito Federal (28,1%) – a UF mais rica do país - continuaram com os maiores percentuais.

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