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Redução tarifária no Mercosul poderia beneficiar Brasil até 2025

Estudo faz projeção de cenários com redução tarifária setorial de até 50% no bloco econômico

Estudo com projeção de cenários macroeconômicos mostra que uma eventual redução de 50% nas tarifas do Mercosul pode beneficiar a balança comercial brasileira. Segundo o diagnóstico, divulgado nesta terça-feira (8/3), a medida resultaria em crescimento acumulado de 4,29% na Formação Bruta de Capital Fixo do país até 2025. A análise conclui ainda que as vantagens comerciais ao Brasil seriam praticamente iguais caso a redução tarifária fosse aplicada unilateralmente, com o fim da união aduaneira, ou em conjunto com os demais países do bloco – Argentina, Uruguai e Paraguai.

A pesquisa traçou três cenários sobre impactos comerciais e possíveis modificações na politica tarifária na união aduaneira do Mercosul. No primeiro, todos os países aplicariam uma redução semelhante. O cenário dois estabelece redução tarifária apenas no Brasil, podendo, neste caso, gerar ganhos de bem-estar na ordem de US$ 1,7 bilhão. Já o cenário três considerou redução tarifária apenas aos demais países do bloco, sendo que, nesse cenário, a percepção de bem-estar no Brasil sofreria impacto negativos, com retração de US$ 654 milhões. 

A pesquisa também analisou impactos setoriais em resposta à possível redução de tarifa no fluxo comercial do Mercosul. Os dados mostram que os setores de veículos e peças, além de produtos químicos, sofreriam o maior impacto no fluxo comercial entre o Brasil e os parceiros do bloco. Segundo os dados, 37% das exportações dos países que integram o Mercosul para o Brasil estão concentrados em produtos do setor de veículos e peças, e esses podem sofrer oscilações e quedas nas importações em decorrência de mudanças na política tarifária do bloco econômico.

O levantamento foi realizado pela Diretoria de Estudos Internacionais (Dinte/Ipea) e contou com a participação dos pesquisadores Fernando Ribeiro, Alicia Cechin e Gerlane Andrade. Na avaliação dos autores, as projeções realizadas mostram a predominância comercial do Brasil frente aos demais países do Mercosul. “Para o Brasil, não parece haver diferenças significativas caso a redução tarifária seja feita de forma unilateral, com o fim da união aduaneira ou em conjunto com o Mercosul. Por outro lado, para os demais países do bloco, a opção de redução unilateral gera resultados um pouco melhores do que no caso da redução em conjunto com o Brasil”, observou Fernando Ribeiro.

Os dados também mostram que a tarifa média aplicada pelo Brasil e pelos demais países do Mercosul, em diferentes setores, é da ordem de 10%. O setor de couros e calçados concentra a maior tarifa aplicada tanto pelo Brasil como países membro (29%), seguido de setor têxtil e vestuário (26%).

Leia aqui a Nota Técnica na íntegra.

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