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Previdência privada se modernizou e hoje é praticamente obrigatória na carteira do investidor que pensa a longo prazo; saiba como escolher

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Embora o principal objetivo seja a aposentadoria, Previdência pode ser utilizada para qualquer fim de prazo mais estendido - Imagem: Shutterstock

Até algum tempo atrás, os planos de previdência privada eram vistos com certo preconceito no mundo dos investimentos, considerados produtos ruins de “bancões” de varejo, empurrados para os clientes com menor conhecimento financeiro apenas para que os gerentes pudessem bater suas metas.

Isso ocorria porque havia uma superconcentração desses planos em poucas instituições. Além disso, eram cobradas taxas altíssimas para, majoritariamente, aplicar em ativos que não exigiam grande capacidade de gestão, como títulos públicos.

Esta característica minava o que poderia ser uma excelente opção de investimento de longo prazo, já que os benefícios fiscais da previdência aplicados por anos são capazes de turbinar os rendimentos do investidor. Para o bem do brasileiro, isso está mudando rapidamente...

Só de 2020 para 2021, o número de fundos de previdência disponíveis aumentou 20%, chegando a 2.088. Os aportes em renda fixa, que ainda são maioria, baixaram de 85% para 78%, enquanto os multimercados ganharam corpo e passaram de 11% para 18%.

Isso passa por um processo de amadurecimento do mercado e pela ampliação da concorrência no setor financeiro. Plataformas de investimento mais modernas, como o BTG Pactual Digital, agora disponibilizam fundos de previdência mais bem estruturados, sem cobrar taxas abusivas e com diversas estratégias, atendendo cada perfil de investidor.

Com a chegada do Open Finance, que permitirá o compartilhamento de dados de clientes entre instituições financeiras, essa modernização deve se acelerar ainda mais.

“Ainda são cenas dos próximos capítulos, mas o Open Finance será um divisor de águas no mercado da Previdência. Teremos uma diferença brutal na forma como os produtos serão acessados e o cliente terá mais informações sobre a qualidade do seu plano e liberdade para migrar quando considerá-lo ultrapassado”, explica Gabriel Escabin, especialista em previdência do BTG.

O que é a Previdência Privada?

Diferentemente do que muitos pensam, a previdência privada não é um tipo específico de ativo e nem funciona do mesmo modo que o modelo do INSS, só que “à parte”. 

Na realidade, ela é uma modalidade de investimento em que se enquadram fundos muito parecidos com os que encontramos no mercado, como os de renda fixa, ações ou multimercados.

Como o principal intuito da previdência é o de complementar a aposentadoria pública, esses fundos contam com estímulos fiscais para que o investidor deixe seu dinheiro aplicado no longo prazo. O objetivo, contudo, não precisa ser se aposentar, mas pode englobar qualquer projeto considerando uma janela de tempo maior, que faça valer os descontos nos impostos.

O investimento se divide, basicamente, em duas partes: a fase de acumulação, em que o investidor aporta recursos no fundo, e a fase de resgate, onde recebe. Na hora de usufruir do dinheiro, existem vários modelos de resgate: saque único, renda vitalícia, renda temporária, com ou sem possibilidade de recebimento por herdeiros após a morte, entre outros. 

Outra aplicação importante é a sucessão patrimonial, já que a previdência possui regras específicas para a transferências de heranças, simplificando burocracias, sem ter que passar por inventários. Isso significa que o recurso pode ser transferido em um período de tempo mais curto. 

As vantagens tributárias da Previdência Privada

Para convencer os investidores a deixar seu dinheiro aplicado no longo prazo, a Previdência oferece uma série de benefícios fiscais que são capazes de fazer uma enorme diferença no patrimônio do investidor. Entre essas vantagens, destacam-se três:

  • A possibilidade de deduzir até 12% da renda tributável na declaração do Imposto de Renda, no caso de aplicação em um plano do tipo PGBL;
  • A opção de escolher a tributação regressiva que, no longo prazo, torna as alíquotas de impostos inferiores às de fundos tradicionais;
  • A ausência do come-cotas.

No caso da dedução do IR, as aplicações nos fundos de previdência PGBL entram no mesmo campo que despesas médicas e de educação. Ou seja, o investidor guarda e aplica seu dinheiro, mas tem o direito de descontar esse aporte da base de cálculo, o que tende a aumentar sua restituição. Inclusive, quem investir até o último dia útil de 2021 em um fundo de previdência PGBL, já poderá usufruir dessa vantagem na declaração no ano que vem.

Já a tributação regressiva funciona da seguinte maneira: apesar de começar com a alíquota de 35%, que é muito alta se comparada a fundos tradicionais, o percentual cobrado pelo Leão pode chegar a 10% caso o investidor não retire seu dinheiro da previdência pelo prazo de 10 anos.

Por fim, a ausência do come-cotas semestral permite que este dinheiro siga aplicado rendendo no fundo ao longo dos anos.

“Esses benefícios fiscais, somados ao que os juros compostos podem fazer, tornam a previdência um produto essencial para qualquer investidor com capacidade de acumulação. Independentemente da idade ou qualquer outro fator, ele deveria ter entre 5% e 10% de seu patrimônio nesse produto. A exceção é para quem vai necessitar do dinheiro no curto prazo”, explica Gabriel Escabin, do BTG.

Inclusive o próprio BTG Pactual Digital disponibiliza um simulador de previdência, para que o investidor avalie se o plano faz sentido para sua realidade. Caso entenda que o perfil do investidor é mais para uma reserva de curto prazo, o simulador não indica a contratação.

Pontos para prestar atenção antes de contratar um plano de previdência

Apesar de todas as vantagens que apresenta, a Previdência Privada engloba uma diversidade de planos, regras e produtos de qualidades distintas. 

Por isso, antes de sair contratando por aí, é importante pesquisar e verificar qual plano faz sentido para seu perfil de investidor, prazos e objetivos pessoais. 

Confira abaixo três importantes fatores para avaliar:

Tipo de plano: PGBL/VGBL

A diferença entre esses dois modelos consiste, basicamente, na tributação. Enquanto o PGBL permite a inclusão dos aportes na dedução do Imposto de Renda (até 12% da renda tributável), o VGBL não tem essa opção. Por outro lado, o IR incide sobre o montante total no valor do resgate do PGBL, mas só sobre os rendimentos no caso do VGBL.

Desse modo, o PGBL compensa apenas para quem declara seu Imposto de Renda pela forma completa. Para quem declara o IR simplificado, o VGBL é mais interessante. Se os aportes em Previdência de quem faz a declaração completa forem superiores a 12% da renda tributável, vale colocar no PGBL até esse limite, e o excedente em um VGBL.

Tributação regressiva e progressiva

Ao escolher um plano de previdência, o investidor pode optar pela tributação progressiva ou regressiva. A progressiva funciona da mesma maneira que a tabela de IR sobre salários, com alíquotas que vão até 27,5% e que crescem conforme o valor. Já a regressiva incentiva que o investidor deixe o dinheiro para o longo prazo: independentemente do valor, ela começa em 35% e vai baixando. Se o capital ficar aplicado por 10 anos, a alíquota será de apenas 10%.

Estratégia e taxas do fundo

Este é o quesito que exige o olhar mais crítico por parte do investidor. Conforme dissemos no início, a Previdência sempre foi vista como um produto ruim, de “bancão”. Isso ocorria porque sempre foi comum a existência de fundos passivos, que investiam em títulos do Tesouro, por exemplo, com taxas dignas de um fundo com gestão ativa, onde há enorme trabalho de seleção e avaliação de ativos.

Além de verificar se as taxas cobradas são condizentes com o perfil do fundo, é importante que o investidor veja se a estratégia se adequa às suas demandas. Para o mais conservador, um fundo de renda fixa cai melhor do que um multimercados ou até mesmo de ações.

O BTG Pactual Digital, por exemplo, oferece fundos das gestoras mais qualificadas do país, com estratégias que variam entre a previsibilidade da renda fixa e busca pela maior rentabilidade, com apetite ao risco das ações, por exemplo. Por contar com fundos de diversas estratégias, o BTG também permite que o investidor aplique um pouco em cada produto dentro de um mesmo plano.

“Oferecemos uma plataforma com mais de 150 produtos de duas seguradoras, a do próprio BTG e a Icatu. A experiência do investidor é completamente tecnológica e permite que o cliente consiga se servir e até mesmo transferir seu plano para o BTG sem o intermédio de nenhum operador”, ressalta Escabin.

Além da facilidade em realizar a portabilidade gratuita, a plataforma não tem taxa de carregamento (normalmente cobrada pelos bancos ao fazer aporte ou resgate) nem taxa de custódia dos ativos. O objetivo é trazer para o investidor um dos produtos mais vantajosos do mercado financeiro, sem deturpá-lo com taxas abusivas e que minam a rentabilidade do capital.

Caso a previdência se adeque ao seu perfil e objetivos, os benefícios fiscais são capazes de “fazer mágica” na rentabilidade do investimento e, consequentemente, entregam uma aposentadoria mais confortável ao investidor.

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