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Brasil concentrou 26% do investimento externo direto na América Latina

Estudo mostra que setores de metalurgia, siderurgia e produtos minerais atraíram o maior fluxo de investimento estrangeiro no país entre 2003 e 2019

Estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nesta segunda-feira (12), revela que o Brasil concentrou 26% do Investimento Exterior Direto (IED) na América Latina entre 2003 e 2019. De acordo com os dados, os setores de metalurgia, siderurgia e produtos minerais atraíram o maior fluxo de investimento internacional no país. Ambos os setores representaram, com o apoio da atividade econômica dos demais países da região, 16,12% do total do investimento estrangeiro registrado na América Latina no período analisado.

A pesquisa utiliza dados fornecidos pela base de dados FDIMarkets e conclui que os Tratados Bilaterais de Investimentos (TBI) têm impulsionado o fluxo de investimentos externos, principalmente aos países em desenvolvimento. Brasil e México somaram 52% do investimento estrangeiro registrado na América Latina no período analisado. Os dois países, em conjunto com Chile, Peru, Argentina e Colômbia, concentram cerca de 73% do PIB da América Latina.

Os dados do FDIMarkets mostram ainda que empresas de 96 países realizaram investimentos na América Latina entre 2003 e 2019. De acordo com as informações, as multinacionais situadas nos Estados Unidos são as maiores investidoras na região, seguidas das empresas da Espanha e Canadá. As atividades comerciais também contribuíram para a chegada de investimentos internacionais no setor de carvão, óleo e gás.

Na avaliação do coordenador do estudo e pesquisador da Diretoria de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais (Dinte/Ipea), Fernando Ribeiro, os resultados obtidos reforçam a importância dos tratados bilaterais entre o Brasil e demais países de América Latina. “Os acordos de investimento vêm ganhando importância mundialmente nos últimos 20 a 30 anos, com o aprofundamento das cadeias globais de valor. O debate em torno da conformação de tais acordos, e seus impactos, é essencial para promover um ambiente mais amigável e propício à expansão do investimento externo direto”, avaliou.

Nesse sentido, o estudo faz recomendações importantes relacionadas ao formato dos acordos de investimento, como, por exemplo, para que seja melhor definido o que deve ser considerado como expropriação indireta, no sentido de evitar reclamações de investidores que geram perdas importantes no ingresso de investimentos nos países em desenvolvimento como os da América Latina.

De modo geral, o estudo, elaborado pelo pesquisador Ignácio Tavares, conclui haver uma correlação direta entre crescimento econômico e abertura econômica nos países da América Latina, ao observar o aumento dos TBIs. Entretanto, a pesquisa ainda aponta a necessidade de aperfeiçoar aspectos regulatórios para evitar quebras de contrato de empresas multinacionais geradas por instabilidades na agenda de políticas de comércio exterior.

Leia aqui o estudo na íntegra

Assessoria de Imprensa e Comunicação

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