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Revista Brasileira de Geografia apresenta desafios para mapear localidades indígenas e quilombolas

  • Nova edição da RBG traz na capa o artigo Encontro de geografias no mapeamento censitário de localidades indígenas e quilombolas.
  • Revista apresenta também o artigo Mobilidade na Região Metropolitana do Rio de Janeiro e o transporte aquaviário, que aborda as potencialidades da Baía de Guanabara.
  • No Ensaio A Geografia Histórica – uma nota, o geógrafo Roberto Lobato Corrêa propõe temas para pesquisas acadêmicas nessa área.

O IBGE lança hoje (28) o segundo número do volume 65 da Revista Brasileira de Geografia (RBG), de periodicidade semestral. A nova edição, em formato digital, traz dois artigos e um ensaio, abordando três temas distintos: mapeamento de localidades indígenas e quilombolas, transporte aquaviário na Baía de Guanabara (RJ) e reflexões sobre Geografia Histórica.

“Esse número mantém a tradição da RGB de estabelecer o diálogo entre a academia e as pesquisas do IBGE”, ressalta o editor assistente da Revista, Bruno Hidalgo. “Apresentamos nesta edição trabalhos de pesquisadores de intensa atividade recente no Instituto, bem como a reflexão de um grande pensador da Geografia”, comenta.

O artigo Encontro de geografias no mapeamento censitário de localidades indígenas e quilombolas, de Fernando Damasco, gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE, e Marta Antunes, coordenadora técnica de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, apresenta a metodologia utilizada para a definição de localidades indígenas e quilombolas para o próximo Censo Demográfico. Os autores fazem um resgate histórico do conceito de localidade no contexto censitário no Brasil, elaborado pelo IBGE em 1941, e discutem os desafios em compatibilizar padrões espaciais complexos de ocupação do território dos grupos indígenas e quilombolas com a operação censitária.

A solução encontrada foi a construção de um inovador padrão espacial híbrido para estas localidades, que a um só tempo considera as áreas de ocupação contíguas e a dispersão dos domicílios desses povos e comunidades tradicionais. Esse encontro entre a geografia censitária do órgão de estatísticas e os conhecimentos territoriais das lideranças e de outros membros de povos e comunidades tradicionais com a finalidade de constituir novos recortes territoriais diferenciados surge como perspectiva fundamental da produção de estatísticas e geografias públicas.

#PraCegoVer A foto mostra as casinhas da comunidade Indígena em São Francisco do Guaporé, em Rondônia
Comunidade Indígena em São Francisco do Guaporé, em Rondônia - Foto: Luiz Cleyton Holanda Lobato/IBGE

O segundo artigo trata da Mobilidade na Região Metropolitana do Rio de Janeiro e o transporte aquaviário. O autor Gabriel Teixeira Barros, que é coordenador operacional do Censo Demográfico no Rio de Janeiro, levanta um amplo escopo de informações sobre a Baía de Guanabara e sobre os deslocamentos para trabalho e estudo no Rio de Janeiro. O propósito é discutir as possibilidades do transporte aquaviário como alternativa para maior integração da metrópole fluminense.

O texto discorre simultaneamente sobre aspectos ambientais e físicos da Baía de Guanabara, elementos históricos como os antigos portos que existiam na região e a dinâmica de mobilidade metropolitana atual. “A leitura nos leva a refletir sobre se a Baía de Guanabara não poderia ser um eixo de integração a mais da cidade do Rio com os municípios vizinhos, impactando positivamente no tempo de deslocamento dos usuários de transportes”, acrescenta Hidalgo.

Por fim, no ensaio A Geografia Histórica – uma nota, Roberto Lobato Corrêa faz uma reflexão mais livre sobre o campo da Geografia Histórica, com indicações das dimensões temporais e das abordagens que podem ser exploradas nessa área. Na conclusão do texto, o autor – um dos mais relevantes geógrafos do país – inclui uma lista de sugestões de agenda temática de pesquisas. “As propostas de Lobato Corrêa sintetizam seu grande conhecimento acumulado sobre o território brasileiro”, atesta Hidalgo.

Editada pelo IBGE, a RBG é uma publicação científica digital com dois lançamentos por ano, em abril e em setembro. A submissão de trabalhos é contínua e está aberta a pesquisadores de instituições nacionais e internacionais, inclusive do IBGE

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