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PIB cresce 7,7% no trimestre, mas não recupera perdas da pandemia

Economia brasileira está no mesmo patamar de 2017. Apesar de crescimento recorde, PIB tem uma perda acumulada de 5% de janeiro a setembro, em relação ao mesmo período de 2019.

Rua comercial de São Paulo

Mesmo com a pandemia, o comércio apresentou alta no terceiro trimestre do ano

A economia brasileira registrou um crescimento trimestral recorde de 7,7% no terceiro trimestre na comparação com os três meses anteriores, segundo os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados nesta quinta-feira (03/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O crescimento, porém, ocorreu sobre uma base reduzida, pois o país estava no auge da pandemia no segundo trimestre. Naquele período houve queda de 9,6%, e, no primeiro trimestre, de 1,5% do PIB.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2019, o PIB trimestral apresentou recuo de 3,9%. No acumulado dos quatro trimestres terminados em setembro, houve queda de 3,4% frente aos quatro trimestres imediatamente anteriores.

Ou seja, a economia ainda não recuperou as perdas provocadas pela pandemia. Pelos números do IBGE, a economia do Brasil se encontra no mesmo patamar de 2017, com uma perda acumulada de 5% de janeiro a setembro, em relação ao mesmo período de 2019.

O terceiro trimestre está 4,1% abaixo do quarto trimestre de 2019, antes dos impactos da pandemia, e 7,3% distante do pico da década, no primeiro trimestre de 2014.

Resultado abaixo do esperado

O PIB, que é soma dos bens e serviços finais produzidos no país, chegou a R$ 1,891 trilhões no terceiro trimestre. Apesar da alta recorde, o resultado ficou abaixo do esperado pelo Ministério da Economia, que projetava elevação de 8,3%.

No trimestre, a expansão do PIB foi causada principalmente pelo desempenho da indústria, com alta de 14,8% e destaque para o crescimento de 23,7% no setor de transformação. O IBGE afirmou que o setor retornou ao patamar do primeiro trimestre.

Outro destaque foi o setor de serviços, que têm o maior peso na economia, e apresentou crescimento de 6,3%, mas sem recuperar o patamar do primeiro trimestre. O comércio teve alta de 15,9%.

"Mesmo tendo sido retiradas as restrições de funcionamento, as pessoas ainda ficam receosas para consumir, principalmente os serviços prestados às famílias, como alojamento, alimentação, cinemas, academias e salões de beleza", avaliou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

O IBGE iniciou os cálculos do PIB trimestral em 1996. A maior alta trimestral havia sido registrada no terceiro trimestre daquele ano, de 4,3%.

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