Na comparação com o mesmo período de 2019, a demanda caiu 12,4%
O Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais, que mede a produção industrial interna não exportada, acrescida das importações, avançou 5,2% em junho de 2020, na comparação com maio. Esse número é um indicador de demanda interna, que sinaliza o reaquecimento da economia. Frente ao mesmo período de 2019, no entanto, o indicador apontou retração de 12%. No acumulado de 12 meses finalizados em junho, o recuo foi de 4,2%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (11), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O resultado positivo de junho reflete um crescimento de 16,2% na produção de bens nacionais e uma queda de 22,5% nas importações de bens industriais. O bom desempenho de junho foi disseminado entre as grandes categorias econômicas. Com exceção dos bens de capital, que recuaram 13,9%, todos os demais apresentaram crescimento, com destaque para bens de consumo duráveis (com alta de 72,1%). Na comparação com junho de 2019, contudo, todas as categorias apresentaram números negativos, reflexo dos impactos econômicos da pandemia de Covid-19.
Entre as classes de produção, a demanda interna por bens da indústria de transformação avançou 2,8% em junho de 2020 frente a com maio, enquanto a indústria extrativa mineral aumentou 59,7% devido ao forte crescimento das importações de petróleo e gás natural.
Na análise setorial, 15 dos 22 segmentos avançaram, com destaque para veículos (alta de 72,4%). Na comparação com junho de 2019, porém, o resultado ainda se mostra bastante negativo, com crescimento de apenas quatro segmentos - os destaques foram Outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores, (41,6%) e farmoquímicos (15,4%). Por fim, no acumulado em 12 meses, quatro segmentos avançaram, entre eles alimentos, com aumento de 0,9%.