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Os 5 eventos que vão agitar os mercados na semana

SÃO PAULO - A sessão é de continuidade do sell-off global em meio à alta do rendimento dos títulos norte-americanos, enquanto o Brasil se volta também para a retomada dos trabalhos no Congresso e o governo dando as suas últimas cartadas pela reforma da Previdência. Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais

No dia da posse do novo presidente do Federal Reserve, os rendimentos dos Treasury Bonds seguem em alta e impactam negativamente nos mercados de ativos de risco, como ações e commodities. As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em forte queda nesta segunda-feira, seguindo o comportamento dos mercados de Nova York no fim da semana passada. A exceção foi a de Xangai, que pode ter sido sustentada por intervenção do governo chinês. 

Na sexta, os principais índices acionários de Wall Street tiveram robustas perdas na esteira de dados de empregos e inflação salarial melhores do que o esperado nos EUA. Os números reforçaram a visão de que o Fed terá espaço para elevar juros em ritmo mais rápido do que o atual. 

As bolsas europeias e o S&P futuro também caem: na Alemanha, atenção para a dificuldade na formação de um governo pela chanceler Angela Merkel. Ela  disse que os conservadores enfrentaram negociações difíceis com os social-democratas (SPD) no domingo, em um esforço para formar uma coalizão governante, e não estava claroquando os dois partidos chegariam ao fim das negociações.

No mercado de commodities, o petróleo recua, com rali perdendo força com receio de alta da produção dos EUA após melhor janeiro para o mercado em mais de uma década; metais tem desempenho misto em Londres, enquanto o minério de ferro sobe na China.

 Às 8h17 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro -0,35%

*CAC-40 (França) -0,78%

*FTSE (Reino Unido) -1,05%

*DAX (Alemanha) -0,49% 

*FTSE MIB (Itália) -0,55%

*Hang Seng (Hong Kong) -1,09% (fechado)

*Xangai (China) +0,73% (fechado)

*Nikkei (Japão) -2,55% (fechado)

*Petróleo WTI -0,17%, a US$ 65,30 o barril

*Petróleo brent  -0,58%, a US$ 68,18 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +2,53%, a 526,5 iuanes (nas últimas 24 horas)

Bitcoin US$ 7.937,60 -10,88% (nas últimas 24 horas)

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2. Volta do Congresso e reforma da Previdência

O Congresso Nacional retoma as atividades nesta segunda, com a votação da reforma da Previdência no centro dos debates. Ainda sem consenso entre os parlamentares, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016 é tratada como tema prioritário do ano pelo presidente da República, Michel Temer que, em entrevista na noite de sexta-feira à Rede TV!, negou que tenha "jogado a toalha" sobre a reforma após rumores e indicações do próprio presidente de que ele teria desistido. 

Na Câmara dos Deputados, a matéria está prevista para ser lida em plenário ainda nesta segunda-feira. Apesar dos esforços do Planalto, a votação marcada para o dia 19 deste mês, pode não acontecer nessa data. A pauta de apreciações do plenário é atribuição do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tem afirmado que somente colocará o tema em pauta quando tiver garantia dos votos necessários para aprovação. De acordo com a Folha de S. Paulo,sem votos, Maia pretende engavetar o projeto e transferir o ônus da derrota para o Palácio do Planalto. 

Segundo o ministro Carlos Marun ainda faltam entre 40 e 50 votos para alcançar os 308 votos favoráveis necessários, em dois turnos, para aprovação da proposta na Câmara. Contudo, segundo planilha de cruzamento de votos obtida pelo Estadão, o governo só tem 237 votos favoráveis. Para entrar em vigor, a medida também deve ser apreciada em dois turnos pelo Senado. Ontem, Temer se reuniu com o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), e com os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência) para discutir a proposta. 

3. Lula e STF

Também vale ficar de olho no STF. O tão esperado placar no Supremo Tribunal Federal que pode definir o futuro do ex-presidente Lula (condenado em segunda instância no último dia 24) e da Operação Lava Jato poderá ser desvendado já na terça (6), segundo informou a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, no último domingo.

Alexandre de Moraes, novo presidente da primeira turma do STF, colocou na pauta dois casos que tratam diretamente a discussão sobre a prisão após condenação em segunda instância. Ele ainda não se pronunciou sobre o tema na corte e seu voto seria decisivo para mudar o entendimento atual –em 2016, a detenção foi autorizada por um placar de seis a cinco.

Vale ressaltar que a  defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recorreu na sexta ao Supremo para evitar a eventual prisão preventiva dele após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça. O caso será relatado pelo ministro Edson Fachin. 

4. Agenda da semana

Na agenda de indicadores, o Brasil fica em destaque com a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), na quarta-feira (7), que deve cortar novamente a Selic em 25 pontos-base, que passaria para 6,75%, renovando sua mínima histórica. A questão agora ficará com o comunicado, em que o Banco Central poderá indicar se este é o fim do ciclo de alívio monetário.

No dia seguinte é a vez do IBGE apresentar o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de janeiro. Segundo analistas compilados pela Bloomberg, a expectativa é que o dado mensal fique em 0,42%, com o acumulado de doze meses passando para 2,99%. A GO Associados afiram que o dado de janeiro deve mostrar pressão principalmente dos grupos alimentação e transportes, enquanto o grupo habitação deve dar a principal contribuição baixista para o indicador.

Em destaque nos EUA, está a posse do novo presidente do Federal Reserve Jerome Powell,  nomeado pelo presidente Donald Trump. Já na agenda de indicadores, após dados fortes de emprego nos Estados Unidos na última sexta, a agenda de indicadores no país perde força na próxima semana. Mesmo assim, o mercado seguirá atento à política monetária do Federal Reserve. Após o Fomc enviar uma mensagem "hawkish" e reforçar aposta em alta de juros para março, vários dirigentes do Fed falarão nos próximos dias, como Bullard, Dudley, Evans e Harker. Nesta segunda, atenção para o ISM de serviços dos EUA às 13h. Ainda na agenda externa, a China vira o centro das atenções, com diversos números de sua economia, entre eles a balança comercial e inflação ao consumidor e produtor. 

5. Noticiário corporativo

Na semana, a temporada de resultados do quarto trimestre ganha força, com pelo cerca de 20 balanços programados para o período entre 5 e 9 de fevereiro. O destaque fica para o Itaú Unibanco (ITUB4), nesta segunda após o fechamento do mercado. Ainda na semana divulgam resultados a Suzano (SUZB5), Lojas Renner (LREN3) e Usiminas (USIM5).

Ainda no radar corporativo, a União deve transferir passivos de distribuidoras para Eletrobras, diz o Valor. Ainda sobre estatais, O Globo informa que o Ibama acusa a Petrobras de fraude ambiental. No setor de papel e celulose, Suzano e Eldorado sobem preços da celulose em fevereiro. No radar de recomendações, a MRV, a Tenda e a Direcional foram rebaixadas a ’underperform’ pelo Credit Suisse. 

(Com Agência Estado e Agência Brasil) 

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