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Artigo - Janela de oportunidade

 

Como é natural em início de ano, eu e muitos economistas somos convidados a ministrar palestras sobre as perspectivas econômicas. Este ano, por ser também início de um novo governo, o número de convites foi ainda maior. 

 

Assim, ministrei e assisti a algumas palestras dessa natureza e constatei que minha análise se aproximava à de alguns colegas e apresentava diferenças razoáveis em relação à de outros. Como era de se esperar, aliás. 

 

Em minhas palestras, advirto sempre para o fato de que o economista não é um futurólogo, cabendo-lhe apenas construir cenários, normalmente três ou quatro, do mais pessimista ao mais otimista. Com esses cenários,os responsáveis por tomadas de decisões fazem suas próprias análises e, a partir daí, tomam suas decisões. 

 

Digo, também, que há uma série de circunstâncias que podem favorecer ou dificultar a execução da política econômica. Essas circunstâncias podem ser determinantes para o acerto ou não das previsões. Como dizia o filósofo Ortega y Gasset, “eu sou eu e minhas circunstâncias”. 

 

No dia 15 de março, tive oportunidade de assistir à palestra do economista Gesner de Oliveira no almoço mensal promovido pela Ordem dos Economistas do Brasil. Fiquei contente de ver que nossos pontos de vista se assemelham muito. 

 

Constatei também que, com outras palavras, Gesner de Oliveira também deu ênfase às circunstâncias, que, no caso do governo de Jair Bolsonaro, são bastante favoráveis, constituindo o que ele chamou de janela de oportunidade. 

 

Essa janela de oportunidade é constituída de cinco elementos: 1º. Elevado capital político; 2º. Alto nível das reservas internacionais; 3º. Inflação baixa e sob controle; 4º. Capacidade ociosa considerável, que nós economistas chamamos de hiato do produto; e 5º. Reduzida taxa de juros, pelo menos para o Brasil em padrões históricos. 

 

Encerro este artigo acrescentando um sexto elemento: uma população cansada de ver tanta coisa errada e disposta a fazer a sua parte para que o País dê certo.  


Luiz Alberto Machado - Economista pela Universidade Mackenzie, mestre em Criatividade e Inovação pela Universidade Fernando Pessoa (Portugal), ex-presidente do CORECON-SP e do COFECON, e sócio-diretor da empresa SAM – Souza Aranha Machado Consultoria e Produções Artísticas.

 

 

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