Topo

Índia é nova aposta entre investidores globais após China perder força; veja como acessar esse mercado

Investidores internacionais estão mudando a rota dos seus recursos nos mercados asiáticos. Com a desaceleração da economia chinesa, a Índia tem se mostrado a alternativa mais atraente para forte crescimento e bons retornos. Em 2023, a participação das ações indianas chegou a 15,88% do índice MSCI Emerging Market, superando o segundo e terceiro lugares, que eram de Taiwan e Coréia do Sul, respectivamente, atrás somente da China (29,89%).

Para a gestora Schroders, a Índia está encaminhada para estar entre as três maiores economias nos próximos anos. O avanço passa por investimentos e mudanças estruturais que estão acontecendo no país. “De uma economia orientada para o consumo, a Índia tem se movido em direção a uma economia orientada para o consumo e investimento”, diz relatório publicado em outubro.


“Vários fatores sustentam essa força econômica. Nos últimos anos o país passou por reformas estruturais para facilitar a manufatura nacional e estrangeira, fortaleceu o banco central, colocou target para a inflação, tem incentivado a tecnologia 5G e avançado nas reformas trabalhista e imobiliária. Tudo isso é fomento para o ambiente de negócios”, diz Bernardo Queima, CEO da Gama Investimentos.

Em dez anos, o país recebeu US$ 595,25 bilhões de investimento estrangeiro direto. Quase 25% desse total foi nos últimos três anos, com recorde registrado em 2020, de US$ 83,57 bilhões de entrada anual, segundo dados da Agência Nacional de Promoção e Facilitação de Investimentos da Índia.

Em 2022, 108 contratos internacionais de financiamento de projetos foram anunciados – um aumento significativo quando comparado à média de 20 projetos da última década. O foco está nas indústrias de construção e manufatura.

A empresa japonesa Arcelormittal Nippon Steel despejou US$ 13,5 bilhões em uma fábrica de aço e cimento. A Suzuki Motor colocou US$ 2,4 bilhões em uma fábrica de automóveis. A Apple planeja transformar a Índia em um centro global de fabricação de iPhone até 2025. A Tesla está pronta para investir até US$ 2 bilhões em uma fábrica se o governo reduzir os impostos de importação sobre seus veículos.

 

 

Segundo o Goldman Sachs, a Índia tem setores diversos e se beneficia de um crescimento resiliente e uma forte demografia para mão-de-obra. “Esperamos mais parcerias de produção com empresas globais que diversificam as suas cadeias de abastecimento em aço, têxteis, produtos químicos, produtos farmacêuticos e automóveis”, diz o banco em relatório sobre perspectivas para 2024.

Mas, como o investidor pessoa física pode aproveitar o movimento?

ETFs de Índia

O mercado indiano ainda tem muitas barreiras para investidores. A maior parte dos estrangeiros que estão aportando localmente em ações são investidores institucionais. Dados do Santander mostram que a entrada de estrangeiros em ações foi de US$ 510,7 bilhões em 2022, um pouco abaixo dos US$ 514,1 bilhões de 2021.

Para pessoas físicas, a via mais simples é por meio de fundos passivos americanos que replicam o desempenho de índices focados em ações indianas, como o MSCI Índia. Nas bolsas dos Estados Unidos é possível encontrar uma variedade desses fundos, desde ativos que focam em empresas grandes, até os que oferecem exposição às small caps ou companhias focadas em setores específicos, como consumo ou finanças, por exemplo.

O Santander destaca que os três setores com mais entrada de capital recente foram finanças (empresas bancárias e de seguros), software e hardware de computador e construção. Os três juntos somaram 40% dos aportes do ano passado.

No entanto, Gabriela Santos, estrategista chefe do JP Morgan, faz um alerta em relação à liquidez desses ativos. “A Índia está entrando no radar dos investidores agora e seus ativos ainda têm baixa demanda comparado com outros países emergentes. Não é o caso de uma grande alocação, mas uma construção com o tempo, pensando no longo prazo e verificando a confirmação da tese com frequência”, diz.

Fonte : Infomoney

 
 
 
 
Tags:

FENECON - Federação Nacional dos Economistas  
Rua Marechal Deodoro, nº 503, sala 505 - Curitiba - PR  |  Cep : 80.020-320
Telefone: (41) 3014 6031 e (41) 3019- 5539 | atendimento: de 13 às 18 horas | trevisan07@gmail.com e sindecon.pr@sindecon-pr.com.br