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Perto dos R$ 5,20, dólar disparou quase 6% em duas semanas; até onde vai a moeda?

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Dólar ganha impulso desde a decisão do Federal Reserve, em setembro, e acompanha as máximas em 17 anos dos títulos americanos (Imagem: Pixabay/Engin Akyurt)

O dólar à vista chegou a R$ 5,17 para venda, maior cotação desde o fim de março deste ano e flerta os R$ 5,20.

A valorização de quase 2,5% da moeda norte-americana frente ao real em apenas três dias acompanha uma forte turbulência que toma dos mercados globais. Investidores estão com receio de os Estados Unidos subirem juros por mais vezes e manterem as taxas elevadas por mais tempo que o esperado.

Nessa expectativa, a protagonista tem sido as taxas do mercado de títulos americanos (treasuries) que, há duas semanas, vêm em uma trajetória ascendente. O suficiente para contagiar os ativos globais, com o dólar nas máximas em quase um ano ante as moedas pares e bolsas com forte recuo.

Desta forma, o yield (rendimento) do título de 10 anos (T-note), referência para o mercado financeiro, atingiu os 4,8%, no maior nível desde julho de 2007. Enquanto o do bônus norte-americano de 30 anos (T-bond) aproxima-se da marca de 5%, marca não vista desde antes da quebra do Lehman Brothers, em 2008.

Até onde o dólar pode chegar?

Com o cenário global mais pessimista, quanto o dólar ainda pode esticar? Em meio à “inclinação dos juros” nos Estados Unidos, o economista e consultor, André Perfeito, prevê em mais um mês de curva de juros ‘empinada’.

“Passada a tempestade, lá pelo início de novembro, o mercado deve voltar a ganhar tração e o real pode voltar ao patamar dos R$ 5,00 com mais clareza”, diz, reforçando que o movimento do Dollar Index (DXY) mostra a força da moeda americana contra uma cesta de divisas de economias fortes, como o euro, a libra esterlina e o iene.

O DXY caminha para a décima terceira semana seguida de valorização, ganhos que começaram na semana da decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), em julho. À época, a autoridade monetária elevou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual (p.p.), para o intervalo de 5,25%-5,50%.

Contudo, desde a última decisão do Fed, em 20 de setembro, o dólar subiu mais de R$ 0,30 frente ao real, ou salto de 5,8%. Há duas semanas, o BC americano manteve a taxa de juros. Contudo, sinalizou que deverá elevar a taxa na próxima reunião, no mês que vem. A expectativa do mercado é que a alta seja de 0,25 p.p.

Tendência de moeda acima dos R$ 5,10

O analista da Benndorf Research, João Tonello, acredita que a divisa estrangeira seguirá acima dos R$ 5,08 entre outubro e novembro, mantendo-se em níveis mais fortes no período. “A movimentação do mercado agora será acompanhar os resultados de dados inflacionários dos Estados Unidos, como também vagas de emprego”, comenta.

 

O analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Leonel Mattos, reforça o coro dos analistas acima e destaca que, mesmo que o dólar já tenha subido bastante, ainda há fatores de risco que levam a uma alta ainda maior este mês.

“Os juros americanos seguem com altas bem sustentadas. O Fed tem pedido muita cautela para o cenário de inflação dos Estados Unidos. Além disso, dados da economia americana estão mais fortes e acima do esperado. Eles reforçam a leitura de juros mais altos e por mais tempo. O que não dá razão para o BC americano antecipar corte de juros”, avalia.

Fonte : Infomoney

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