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“Juros subirão mais nos EUA”: temor afeta mercados no exterior, faz Ibovespa cair 1,78% e dólar saltar 1,64%

Ata do Federal Open Market Commitee (Fomc) na véspera, dados de emprego privado de junho medidos pelo ADP nesta quinta-feira (6) e expectativa pelo relatório de emprego (payroll) na próxima sexta-feira (7).

Esse é o combo que tem levado a uma forte queda dos principais ativos de risco na sessão desta quinta. O mercado brasileiro não escapou desse movimento em meio ao noticiário agitado sobre a reforma tributária, com o Ibovespa caindo 1,78%, aos 117.425 pontos, e o dólar registrando ganhos de 1,64%, a R$ 4,929 na compra e a R$ 4,93 na venda. Em Wall Street, Dow Jones caiu 1,07%, S&P500, 0,79% e o Nasdaq perdeu 0,82%.

A ata do Fomc da última reunião de julho, divulgada ontem, já tinha impactado outros mercados acionários mais cedo, com queda das bolsas asiáticas e europeias pela manhã.

No encontro do mês passado, os membros do Fed confirmaram as expectativas dos investidores e mantiveram os juros americanos na faixa entre 5% e 5,25% ao ano, mas a grande expectativa ficou para os próximos passos da autoridade monetária.

Embora quase todas as autoridades do Fed tenham concordado com a manutenção da taxa de juros dos EUA ​​no mês passado, a ata mostrou que a grande maioria apontava por mais apertos pela frente.

Análise da Ata do FomcAta mostra Fomc alinhado no combate à inflação, mas em dúvida sobre dose de juros, dizem analistasEconomistas viram um Fed ciente que desinflação está lenta, mas preocupado com os efeitos da política monetária na atividade

A decisão de manter os juros foi bastante debatida, que funcionou muito mais como uma pausa para permitir que os agentes econômicos se ajustem. “Ou seja, não foi o fim de uma corrida de longa distância, apenas uma pausa para respirar”, destaca a Levante Corp.

De acordo com o documento do Fomc, não é possível esperar uma queda substancial dos preços. “Os participantes [da reunião] viram poucas evidências até o momento de uma melhoria substancial nas restrições de oferta, e alguns deles julgaram que os efeitos econômicos dessas restrições provavelmente persistiriam por mais tempo do que haviam previsto anteriormente”, apontou a ata.

Se esse já era o cenário, os dados do mercado de trabalho apontado pelo ADP na manhã desta quinta reforçaram a visão de juros mais altos serão necessários.

O setor privado norte-americano abriu 497 mil vagas de emprego no mês passado, mostrou o Relatório Nacional de Emprego do instituto. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 228 mil postos no setor privado.

Com isso, as apostas de mais aperto monetário pelo Fed foram reforçadas. Os treasuries yields para dez anos ganharam 9,2 pontos-base, a 4,037%, e os para dois anos, 3,8 pontos, a 4,989%.

“O Fed espera ver uma deterioração modesta no mercado de trabalho”, disse Randy Frederick, diretor-gerente da Charles Schwab. “Mas como o número da ADP foi quase o dobro do esperado, isso em geral implica que há potencial para mais aumentos de juros daqui para frente.”

“A força do mercado de trabalho dos EUA é quase inacreditável e isso deve afastar ainda mais qualquer conceito de uma possível recessão nos EUA”, disse à Bloomberg Scott Ladner, diretor de investimentos da Horizon Investments. “Mas também deve afastar do mercado qualquer esperança de um corte nas taxas de juros durante 2023.”

Fonte : Infomoney

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