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Ata do Copom, IPCA-15, inflação nos EUA e Europa: o que acompanhar na semana

Hand is turning a dice and changes the direction of an arrow symbolizing that the interest rates are going down (or vice versa)
(Fokusiert/Getty Images)

O Banco Central do Brasil volta a tomar a atenção do mercado na última semana de junho. Na terça-feira (27), será divulgará a ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual os juros básicos da economia foram mantidos em 13,75% ao ano pela sétima vez consecutiva. Já que o comunicado que acompanhou a decisão não fez menção a cortes na Selic nas próximas reuniões, frustrando a maioria dos investidores, a minuta do encontro poderá trazer alguma pista sobre o que está por vir.

Em relatório, Alberto Ramos, diretor de Pesquisa Macroeconômica do Goldman Sachs para América Latina, enumera alguns pontos de atenção no documento, que deve reforçar a conhecida mensagem de prudência e paciência. A ata poderá trazer a visão do Copom sobre a persistência de incertezas em relação ao arcabouço fiscal, a evolução do cenário externo, a dinâmica do crédito doméstico e como tudo isso pode impactar a calibragem da política monetaria.

“Também buscaremos visões dos diretores sobre o gargalo entre produção e mercado de trabalho e até que ponto isso pode tornar a inflação – de serviços em particular – mais inercial”, diz Ramos. “Também vamos buscar pistas em relação à reunião de agosto do Copom, quais seriam as condições que deixariam o colegiado confortável para um corte na Selic e os benefícios de se esperar um pouco mais”.

Na quarta-feira (29), o Conselho Monetário Nacional (CMN) vai estipular a meta de inflação para o Brasil em 2026 e deve reafirmar a dos anos de 2024 e 2025. “A decisão ganha relevância em um ambiente de debate sobre as expectativas de inflação de longo prazo e suas consequências para a autoridade monetária”, ressalta a equipe de análise do Bradesco.

“Esperamos que o CMN confirme a meta de inflação em 3%, com faixa de tolerância de 1,5 ponto percentual, mova a meta de ano-calendário para contínua, redefinindo a política de verificação de cumprimento da meta – mas seguindo o padrão internacional – deixando para o Banco Central definir o horizonte de convergência”, afirma Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú.

Também na quarta, o BC vai divulgar as estatísticas de crédito de maio e seu relatório trimestral de inflação, referente ao segundo trimestre. O Goldman Sachs diz que é preciso ter particular atenção às projeções para o primeiro semestre de 2025 – o ano já vai fazer parte do horizonte relevante quando o Copom se reunir em agosto. Logo, é uma informação que pode indicar espaço para o início do alívio monetário na próxima reunião do colegiado.

Semana tem ainda IPCA-15 e dados do mercado de trabalho

A prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), referente à junho, vai ser divulgada na terça-feira. O consenso Refinitiv prevê estabilidade na comparação mensal, levando a taxa anual a 3,39%. O Itaú prevê uma ligeira deflação de 0,03%, depois dos reajustes de preço da Petrobras, e também puxada por alimentos e veículos.

“Levando em conta o núcleo da inflação, tanto bens quanto serviços devem desacelerar na margem”, diz o relatório de Mario Mesquita.

Para completar a pesada agenda econômica semanal, a quinta-feira (29) e sexta-feira (30) trazem os principais dados do mercado de trabalho. Para o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na quinta, a expectativa do Itaú é que 185 mil empregos formais líquidos tenham sido criados em maio. Já a PNAD Contínua, a ser divulgada na sexta, deve apresentar uma queda na taxa de desemprego, de 8,5% para 8,3%.

Dados de inflação também são destaque no exterior

O PCE, índice de preços de gastos com consumo nos Estados Unidos, será divulgado na sexta-feira (30). O consenso Refinitiv prevê uma variação mensal de 0,4% no núcleo do indicador de maio, na comparação com abril, levando a taxa de 12 meses a 4,7%. O PCE é o principal índice de inflação observado pelo Federal Reserve em suas decisões de política monetária. Caso venha abaixo do esperado, tende a aumentar a confiança de que o BC americano deve elevar os juros somente uma vez mais e não duas, como se previa semanas atrás.

Na quarta-feira (28), o presidente do Fed, Jerome Powell, participa de um painel com outros presidentes de Bancos Centrais. O Fórum que ocorre em Portugal é organizado pelo BC Europeu e as falas de sua presidente, Christine Lagarde, também são esperadas. Investidores buscam pistas sobre os próximos passos da autoridade monetária europeia e se perguntam até quando os juros vão continuar subindo por lá.

Na sexta-feira, o índice harmonizado de preços ao consumidor da zona do euro (HICP) vai ser divulgado. O consenso Refinitiv prevê inflação de 5,6% no acumulado de 12 meses.

Fonte : Infomoney

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