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Para ex-BCs, sugestões de mudanças na política monetária são piores que as críticas

Ilustração de pessoa carregando um símbolo de percentual

O atual ruído político em torno da atuação do Banco Central na condução da política monetária é natural do processo de amadurecimento do País na convivência com um BC independente e não deveria ser um problema se ficasse apenas no campo da retórica. Mas se torna algo relevante quando a crítica vem agregada a ações e propostas de mudanças em regras que tendem a dificuldade o trabalho da autoridade monetária em seu desafio de gerencial um processo de desinflação e de desancoragem de expectativas. A opinião é do Rodrigo Azevedo, ex-diretor do BC e sócio da Ibiúna Investimentos.

Entre os fatores mais recentes que têm atrapalhado o trabalho do Banco Central está a proposta de elevar a meta de inflação. “Se o presidente da República começa a criticar não o BC, mas a meta de inflação, a reação dos agentes é achar que a inflação no médio prazo será mais alta. Fica mais custoso, porque o BC tem que manter os juros mais altos e por mais tempo, “ afirmou durante painel em evento do Bradesco BBI em São Paulo.

Ele também alertou para a atual discussão sobre a composição da diretoria do BC, uma vez que ela aponta para um perfil mais acomodatício do próximo presidente e do board da autoridade monetária, a partir de 2024. Para ele, essas discussões explicam boa parte da alta de 100 pontos-base na expectativa de inflação nos últimos 60 dias.

 

“O BC tenta ancorar as expectativas de inflação na meta, mas o outro ente faz com que elas subam. Uma coisa é a criticar, a outra é atrapalhar”, opinou Azevedo, explicando que quem acaba pagando a conta é sociedade, a economia e até o próprio governo.

No mesmo painel sobre mudanças na política monetária, o economista Alexandre Schwartsman, outro ex-BC, também disse ver com temor a expectativa que seja colocada no Banco Central uma diretoria mais complacente com a inflação, como ocorreu num passado recente. “A inconsistência no comportamento do BC vai produzir expectativas de inflação acima da meta”, alertou, destacando que isso gera como custo a extensão do período de convergência à meta.

Fonte : Infomoney

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