Topo

Decisão de juros do Copom, Fomc e IPCA-15: o que acompanhar na semana

Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília (iStock)

A semana promete ser agitada no mercado financeiro, com decisão sobre taxa de juros nos Estados Unidos e no Brasil. As reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) começam na terça-feira (21) e terminam na “super quarta”.

Por aqui, a expectativa é que o Banco Central mantenha a Selic nos atuais 13,75% ao ano. Apesar da pressão do governo e de uma ala de economistas para que os juros sejam reduzidos, o Copom deve seguir com uma postura cautelosa para garantir uma convergência da inflação à meta no horizonte relevante de política monetária.

“O Comitê deve reforçar que seguirá vigilante, como forma de insistir no processo de desinflação até que a convergência seja atingida e as expectativas estejam ancoradas ao redor das metas”, escreveu Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú.

 

Segundo ele, o Copom deverá mencionar, em sua comunicação, que está monitorando o desenvolvimento da política fiscal do país e, adicionalmente, os impactos de eventos corporativos recentes.

“Com relação ao ambiente externo, deverá continuar monitorando o desenrolar da atual crise no setor bancário com serenidade e monitorar seus efeitos nos preços dos ativos e na atividade global”, destacou o economista.

Crise bancária deixa Federal Reserve em posição difícil

Antes da decisão do Copom à noite, os investidores vão saber, na tarde de quarta-feira (22), os novos rumos da política monetária nos Estados Unidos. Poucas semanas atrás, economistas acreditavam que o Federal Reserve voltaria a acelerar o ritmo de alta dos juros. Afinal, os indicadores mais recentes mostravam uma inflação resistente e um mercado de trabalho ainda apertado.

Contudo, a crise de liquidez que atingiu bancos regionais dos Estados Unidos e a disposição do Fed em ajudar, injetando recursos nas instituições financeiras, mudou essa perspectiva. A falência do Silicon Valley Bank (SVB), na Califórnia, e o fechamento do Signature Bank, em Nova York, podem fazer com que os formuladores de política monetária reavaliem os impactos das oito altas de juros consecutivas realizadas até agora.

 

O Nomura chega a prever que o Fed realize um corte de juros esta semana, mas esta não é a previsão da maioria. No monitor de juros do CME Group, 38% dos economistas consultados acreditam que o BC americano poderá encerrar o ciclo de aperto monetário na quarta-feira, mantendo a taxa inalterada, na faixa entre 4,50% e 4,75% ao ano. A maior probabilidade, apontada por 62% das apostas do monitor, é de uma nova elevação, de 25 pontos-base.

“Vale lembrar que, nessa reunião, os membros do Fomc irão atualizar suas projeções para inflação, atividade e taxa de juros”, destacaram os analistas do Bradesco.

Banco Central da Inglaterra decide sobre juros na quinta-feira

Na Europa, é a crise de liquidez do Credit Suisse que acendeu a luz amarela entre investidores e os formuladores de política monetária. Depois que o Banco Central Europeu (BCE) elevou os juros em 50 pontos-base na semana passada, a expectativa é que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) vá pelo mesmo caminho.

No entanto, é possível que membros do colegiado possam votar a favor de uma redução dos juros já na reunião desta semana. Na anterior, dois integrantes já haviam se manifestado a favor da manutenção da taxa.

Inflação no Brasil também é destaque da agenda

No mesmo dia em que o Copom conclui a segunda reunião de política monetária de 2023, o mercado também vai conhecer a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), referente a março. O Itaú prevê alta mensal de 0,67%. De acordo com o banco, a leitura deve ser pressionada por preços regulados, como os da gasolina (refletindo o retorno parcial do PIS/Cofins) e eletricidade (com a volta do ICMS).

“Levando em conta o núcleo da inflação, serviços, especialmente alimentação fora de casa, podem continuar acelerando na margem”, diz a análise de Mesquita.

 

 

Nos Estados Unidos, outros destaques na agenda são as vendas de moradias usadas, na terça-feira, e de casas novas, na quinta – nesse mesmo dia sai o Índice de Atividade Nacional do Fed de Chicago. Na sexta-feira saem os pedidos de bens duráveis.

Fonte : Infomoney

Tags:

FENECON - Federação Nacional dos Economistas  
Rua Marechal Deodoro, nº 503, sala 505 - Curitiba - PR  |  Cep : 80.020-320
Telefone: (41) 3014 6031 e (41) 3019- 5539 | atendimento: de 13 às 18 horas | trevisan07@gmail.com e sindecon.pr@sindecon-pr.com.br