Na primeira semana de novembro, o mercado financeiro vai operar com uma incerteza a menos. Mas a eleição do presidente que governará o país pelos próximos quatro anos sana apenas uma parte das dúvidas sobre o futuro da política brasileira. Daqui para frente, os agentes estarão atentos aos nomes que vão compor as equipes de governo, sobretudo na economia.
Também será uma semana mais curta, por conta do feriado do dia de Finados, na quarta-feira (2). A B3 estará fechada, mas o mercado lá fora vai operar a todo o vapor, com mais uma decisão sobre juros nos Estados Unidos. O Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc, na sigla em inglês) deve dar continuidade ao ciclo de aperto monetário.
Mais de 80% das previsões acompanhadas pelo monitor de juros, do CME Group, aponta para mais uma alta de 75 pontos-base. Assim, os juros americanos passariam a uma faixa entre 3,7% e 4% ao ano. Além da decisão em si, o mercado vai acompanhar as sinalizações do Fed para os próximos encontros – se há, ou não, espaço para desacelerar as altas.
Outro destaque na agenda de indicadores é o payroll, com os dados oficiais do mercado de trabalho americano, que vão ser divulgados na sexta-feira (4). O consenso Refinitiv, com a média das projeções do mercado, aponta para a criação de 220 mil vagas de trabalho em outubro, 43 mil a menos do que em setembro.
A expectativa é que a taxa de desemprego aumente para 3,6%. A média dos salários, por sua vez, devem continuar subindo em ritmo de 0,3% ao ano, acumulando ajuste anual de 4,7%.
Antes do payroll, como de costume, saem o relatório JOLTS, com o número de vagas em aberto em setembro, na terça-feira (1); e a pesquisa ADP, de criação de postos de trabalho no setor privado, na quarta – o consenso Refinitiv prevê 198 mil vagas em outubro.
Ainda no exterior, a agenda na Europa tem três destaques importantes: o Produto Interno Bruto (PIB) preliminar da zona do euro, que deve crescer 0,2% na comparação trimestral e 2,1% na anual, de acordo com o consenso Refinitiv. No mesmo dia, sai o dado de inflação ao consumidor.
Na última quinta-feira, o Banco Central Europeu elevou novamente os juros em 0,75%, e afirmou que inflação ficará acima da meta por longo tempo.
Na quinta-feira que vem, é a vez do Banco Central da Inglaterra tomar uma decisão sobre juros. O consenso Refinitiv prevê nova elevação de 75 pontos-base, para 3% ao ano.
Ata do Copom e produção industrial são destaque no Brasil
Com feriado e atenções voltadas ao noticiários político pós-segundo turno, a agenda de indicadores econômicos no Brasil tem poucos destaques.
Na terça-feira, será publicada a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O Banco central manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano, na última quarta-feira, em decisão unânime. No comunicado, a autoridade destacou a sensibilidade dos mercados a questões fiscais e fez previsões um pouco mais altas para a inflação.
“Mas não tão altas a ponto de indicar uma revisão na atual política monetária”, destaca relatório do Itaú, assinado pelo economista Mario Mesquita. “Esperamos que o Copom mantenha sua política monetária inalterada, no atual nível, até meados de 2023, quando deverá começar a aliviar, gradualmente, o ciclo”.
Também na terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai divulgar a produção industrial do mês de setembro. O Itaú prevê uma queda mensal de 0,3% e uma alta anual de 1%. Em agosto, a produção do indústria encolheu 0,6%.
“O segmento de manufaturas deve registrar uma forte queda (disseminada, com a maioria dos indicadores antecedentes recuando no mês), sendo parcialmente compensado apenas por um aumento na atividade da indústria de mineração”, diz o relatório do banco.
Petrobras divulga balanço
A temporada de resultados trimestrais segue a todo vapor no Brasil e também nos Estados Unidos. Após a divulgação dos balanços das big techs, nas últimas semanas, Uber e AirBnb são destaques com números divulgados na terça-feira. Na quinta-feira, é a vez de Paypal.
