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Correção normal ou estouro de bolha? Analistas avaliam futuro do Bitcoin após a queda desta quarta-feira

SÃO PAULO – Apesar do cenário negativo no mercado de criptomoedas desde a semana passada, a derrocada dos preços desde a madrugada desta quarta-feira (19) pegou muitos investidores de surpresa, aquecendo novamente a discussão sobre o futuro dos ativos digitais como o Bitcoin.

A piora teve início após a Reuters e outras agências de notícias divulgarem que o governo chinês teria proibido instituições financeiras e empresas de meios de pagamento de participar de quaisquer transações relacionadas a criptomoedas.

E apesar de analistas destacarem que a informação não é uma novidade, mas sim um reforço do governo chinês em relação às moedas digitais, os preços passaram a desabar, com o Bitcoin chegando a bater no nível dos US$ 30 mil, seu menor valor desde fevereiro.

Conforme aponta o site Alternative.me, um popular serviço de sentimento do mercado, neste momento há um “medo extremo” em relação às criptomoedas. Marcando 23, o valor é cerca de um terço inferior ao visto uma semana atrás, quando o indicador apontava uma “ambição” entre os investidores.

Mas diante dessas fortes perdas em poucas horas, muitos investidores – principalmente os novatos – devem estar se perguntando o que esperar agora. Será que podemos ter mais perdas pela frente, ou então seria essa uma hora boa para comprar Bitcoin na baixa?

Em participação no Radar InfoMoney desta quarta-feira (19) (assista no vídeo acima), Safiri Félix, diretor de produtos e parcerias da Transfero, recomendou que o investidor não faça nada neste momento: “A minha recomendação para quem é iniciante é: desligue a tela, não opere hoje. Deixe para os profissionais, espere as coisas se assentarem para depois você tomar uma posição relativa se você vai vender ou aumentar sua exposição. Hoje é aquele dia em que o melhor é não fazer nada”.

Segundo ele, quem já está há mais tempo no mercado de criptoativos, apesar do susto, sabe que quedas como a de hoje não são inéditas e que, na maioria das vezes, o mercado conseguiu reagir de maneira positiva.

Safiri lembra que o Bitcoin já registrou quedas acentuadas antes e, mesmo assim, depois seguiu em trajetória de alta, conforme mostra o gráfico abaixo. Nesta quarta-feira, a moeda chegou a cair pouco mais de 38% na mínima, para US$ 30.681. Mas, por volta das 19h, já estava valendo US$ 39.241, reduzindo a queda para 8,16%.

Beibei Liu, CEO da NovaDAX, afirma as correções no valor do Bitcoin são esperadas, pois a alta recorde da moeda trouxe inúmeros investidores para o mercado de criptos, o que afetou a liquidez do Bitcoin.

“É normal que as moedas passem por correções depois de um bull market [período de alta]. Semanas atrás, o Bitcoin atingiu sua máxima histórica, ao bater os US$ 64 mil. Para investidores com pouca experiência, uma queda de 10% já acaba preocupando e eles podem começar a vender”, destaca. Liu questiona, porém, se os investidores não verão esse movimento de baixa como algo que os deixa mais confortáveis para comprar bitcoins a um preço menor.

Outro ponto que vem derrubando as cotações é a discussão sobre o consumo de energia para mineração do bitcoin, amplificada após as manifestações do fundador da Tesla, Elon Musk. Críticos chegaram a questionar se a enorme energia gasta não seria o gatilho para estourar uma suposta bolha das bitcoins.

O Centro de Finanças Alternativas da Universidade de Cambridge (CCAF) estimou, recentemente, que o consumo total de energia do bitcoin está entre 40 e 445 terawatts-hora (TWh) por ano, próximo ao consumo de eletricidade em todo o Reino Unido, de pouco mais de 300 TWh por ano.

Mas, para Felix, as afirmações sobre consumo de energia são “enviesadas”. Segundo ele, o gasto de energia com os bitcoins, estimado pela Universidade de Cambridge, fica abaixo do consumo das secadoras de roupa nos Estados Unidos em um ano. “Além disso, a mineração de bitcoin consome uma fração de toda a infraestrutura do mercado financeiro.”

Novo suporte

Safiri aponta que agora o mercado precisa encontrar qual será o novo suporte dos preços. Ele ressalta que já houve uma recuperação na casa de 20% desde a mínima em torno de US$ 30 mil atingida pela manhã, mas que ainda não dá para entender qual será o novo suporte.

Para ele, se o Bitcoin não encerrar o dia abaixo dos US$ 34 mil, a tendência, segundo a análise gráfica, é que ele mantenha em uma trajetória de alta no longo prazo.

Fonte : INFOMONEY
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