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Ibovespa deve abrir em queda de cerca de 4% na 2ª, com derrocada de Petrobras e Eletrobras, apontam investidores institucionais

Para o câmbio, é esperada depreciação de 2% do real, cerca de 10 centavos, alcançando R$ 5,48, aponta sondagem da XP com investidores institucionais

SÃO PAULO – Sondagem realizada pela XP Investimentos neste domingo (21) com 200 investidores institucionais, entre  gestores, economistas e consultores, aponta que a expectativa do mercado é de uma forte queda do Ibovespa, de cerca de 4%, e de uma alta do dólar e dos principais contratos dos juros futuros em meio aos acontecimentos desde o fechamento da sessão da última sexta-feira (19).

A expectativa, levando em conta o centro dos intervalos, é de uma queda de 2% do real frente o dólar, cerca de 10 centavos, atingindo R$ 5,48, e uma baixa ao redor de cerca de 4% do Ibovespa na próxima sessão.

Após a indicação do governo do general Joaquim Silva e Luna para presidência da Petrobras, em substituição a Roberto Castello Branco, a percepção de risco para as ações da Petrobras (PETR3;PETR4), que já estava alta por conta das críticas de Jair Bolsonaro ao reajuste de combustíveis e ao CEO da estatal, aumentou ainda mais, levando os ADRs (recibos de ações, na prática, os papéis negociados nos EUA) a caírem mais de 9% no after market na sexta após terem registrado uma queda de mais de 7% no pregão regular. O EWZ, principal ETF brasileiro negociado no mercado americano, que replica o índice MSCI Brazil, caiu 3,64% no after market.

Soma-se a isso mais declarações do presidente Bolsonaro que pode impactar outras ações. Em conversa com apoiadores no sábado (20), após dizer que decidiu afastar Roberto Castello Branco porque os reajustes dos preços dos combustíveis este ano foram uma “covardia”, o presidente prometeu agir também no mercado de energia elétrica. “Vamos meter o dedo na energia elétrica, que é outro problema também”, afirmou, o que pode impactar também os papéis da Eletrobras (ELET3;ELET6).


Assim, conforme mostram os gráficos abaixo, as estatais Petrobras e Eletrobras também devem ser as mais afetadas na próxima sessão. A expectativa de 42% dos respondentes é de que os papéis PETR3 caiam pelo menos 10%, enquanto 51% esperam uma baixa entre 5% e 10%; a projeção é praticamente a mesma para os ativos PETR4, com 52% esperando uma queda entre 5% e 10% e 41% de pelo menos 10%.

Já para a Eletrobras, 23% esperam uma baixa de ao menos 10% para ambas as classes de ativos – ELET3 e ELET6 -, enquanto 44% esperam baixa entre 10% e 5% para os papéis ELET3 e 43% entre 5% e 10% para os ativos ELET6. Os ativos do Banco do Brasil (BBAS3) também devem sofrer na sessão. Veja mais abaixo:

(Fonte: XP Investimentos)

Também é esperada uma alta nas taxas dos principais contratos de juros futuros: assumindo o centro dos intervalos , a abertura ficaria de alta de 15 pontos-base para os contratos de janeiro de 2022, de 21 pontos-base para o mesmo mês de 2023, de 26 pontos-base para janeiro de 2025 e de 27 pontos-base para janeiro de 2027.

(Fonte: XP Investimentos)

 

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Cabe ressaltar, contudo, que 76% esperam a continuidade da condução da atual política fiscal, apesar de 80% acreditarem em mais intervenção do governo nas estatais daqui para frente. Confira mais no gráfico abaixo:

(Fonte: XP Investimentos)

Os respondentes também foram perguntados sobre as expectativas em relação à manutenção do teto de gastos: 41% esperam que o teto seja respeitado neste ano, percentual mais baixo desde agosto de 2020. Entre os 60% que esperam que o teto seja desrespeitado ou extinto, esperam-se gastos adicionais em torno de R$ 40 bilhões.

(Fonte: XP Investimentos)
(Fonte: XP Investimentos)

Os entrevistados também responderam sobre a chance percebida de saída de Paulo Guedes, ministro da Economia, até o fim do primeiro semestre de 2021. Assumindo o centro dos intervalos, atribui-se 25% de chance para a saída do ministro até o final do período.  

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