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Produção industrial cai 0,2% em julho, aponta IBGE

Indústria metalúrgica corta materiais metálicos para fabricantes de máquinas e caminhões, localizada em Guarulhos (Foto: Celso Tavares/G1)

Indústria metalúrgica corta materiais metálicos para fabricantes de máquinas e caminhões, localizada em Guarulhos (Foto: Celso Tavares/G1) 

A produção industrial brasileira caiu 0,2% em julho frente ao mês imediatamente anterior, após crescer 12,9% em junho, divulgou nesta terça-feira (4) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda foi puxada pelo recuo na produção de bens de capital como caminhões e máquinas.  

Produção industrial recua 0,2% em julho

Produção industrial recua 0,2% em julho

Na comparação com julho de 2017, entretanto, a indústria cresceu 4% em julho de 2018.  

Produção da indústria caiu 0,2% em julho. E eu com isso?

Produção da indústria caiu 0,2% em julho. E eu com isso?

O resultado veio melhor do que o esperado. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de queda de 1% na variação mensal e de alta de 2% na base anual.

Produção industrial mensal
Comparação com o mês imediatamente anterior, em %
0,60,6-0,3-0,30,50,5-0,1-0,10,90,92,92,9-2,1-2,10,20,2-0,1-0,10,90,9-10,9-10,912,912,9-0,2-0,2julagosetoutnovdezjan/18fev/18mar/18abr/18mai/18jun/18jul/18-15-10-5051015
Fonte: IBGE
 

No acumulado no ano, a indústria passou a ter alta de 2,5%, mantendo a trajetória de recuperação gradual, pressionada pela fraqueza dos investimentos e incertezas para o setor em meio à corrida eleitoral.

"Houve ganho de ritmo no acumulado dos últimos 12 meses, que passou de 3,1% em junho para 3,2% em julho de 2018", destacou o IBGE em comunicado.

 
Indústria segue sem sinais de recuperação consistente, aponta IBGE

Indústria segue sem sinais de recuperação consistente, aponta IBGE

Apesar do ganho de tração na passagem de junho para julho, a alta acumulada em 12 meses ainda é menor do que a registrada em abril, quando chegou a 3,9%.

O IBGE revisou o dado de maio, de 13,1% para 12,9%. Já a produção de maio ante abril, quando o setor foi fortemente prejudicado pela greve dos caminhoneiros, foi revisada de uma queda de 11% para queda de 10,9%. O resultado de maio, que havia apresentado estabilidade na comparação com fevereiro foi revisto para uma queda de 0,1%.

Produção industrial em 12 meses
Variação acumulada em 1 ano, em %
-0,9-0,9-0,1-0,10,40,41,61,62,12,12,52,52,82,82,92,92,82,83,93,92,92,93,13,13,23,2julagosetoutnovdezjanfevmarabr/18mai/18jun/18jul/18-2-1012345
Fonte: IBGE
 

O gerente da pesquisa, André Macedo destacou que o resultado de julho foi "precedido de duas taxas de maior volatilidade, claramente justificadas pela paralisação dos caminhoneiros", [maio com queda de 10,9% e junho com alta de 12,9%.

Questionado se em julho já não houve mais qualquer efeito da greve dos caminhoneiros na produção industrial, Macedo avaliou que pode ter ocorrido um dimensionamento maior da produção em junho, para compensar a paralisação dos parques industriais no mês anterior, o que fez frear a produção em julho.

Segundo Macedo, a indústria brasileira opera 14,1% abaixo do ponto mais elevado da série histórica, alcançado em maio de 2011. Ele enfatizou que o patamar atual equivale ainda ao de maio de 2009. "É uma indústria que permanece operando em um determinado patamar, sem indicar que há uma recuperação. A gente não sai desse patamar maio de 2009", destacou.

Para além dos fatores conjunturais – degradação do mercado de trabalho, níveis de confiança baixo por parte dos empresários e das famílias freando o consumo – Macedo apontou que outro efeito negativo que afeta a indústria brasileira atualmente é a crise econômica da Argentina, país classificado pelo pesquisador como “um parceiro importante, sobretudo quando a gente fala da produção de automóveis”. 

Taxas negativas em 10 dos 26 ramos pesquisados

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