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Autoridades brasileiras dizem que sistema elétrico está seguro após maior apagão desde 2009

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O fornecimento de energia no Brasil já está normalizado e não há riscos ao abastecimento, afirmaram autoridades do setor elétrico, nesta quinta-feira, um dia após o país registrar o maior apagão desde 2009.

O apagão de quarta-feira começou por volta das 15h40 e foi sentido principalmente pelos consumidores das regiões Norte e Nordeste. A empresa BMTE, que opera o linhão de Belo Monte em que ocorreu a falha, afirmou em nota que a provável causa para o problema foi um “mau funcionamento” de um equipamento. 

Para o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que participou de evento no Rio de Janeiro ao lado de outros representantes do setor elétrico, “não há risco de abastecimento e de geração no país”.

Coelho Filho, que reiterou que deixará a pasta em abril para concorrer às eleições deste ano, acrescentou que espera um novo diagnóstico do Operador Nacional do Sistema (ONS) sobre as causas do apagão em 10 dias. 

Presente no evento, o diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, frisou que o sistema está “robusto” e que não haverá falta de energia, até porque os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste fecharão o período de chuvas neste ano em situação melhor que a observada em 2017.

“Mesmo que o mercado cresça 5 por cento nos próximos anos em média, o país tem condições de atender o sistema de energia sem problemas”, comentou.

Segundo Barata, o apagão de ontem foi de grande impacto, porém menor que o de 2009, quando um apagão originado na região da usina de Itaipu, a maior do Brasil, afetou 18 Estados e teve impactos até no Paraguai.

Um reunião sobre o apagão está programada para a próxima segunda-feira no Rio de Janeiro, afirmou o diretor Tiago de Barros, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Conforme o diretor, os efeitos em sequência após a falha no linhão “não deveriam ter ocorrido” e uma conclusão sobre as causas do blecaute deve levar um mês.

ELETROBRAS

Ainda no evento, Coelho Filho voltou a defender a privatização da Eletrobras, cujo projeto de lei que trata do tema tramita no Congresso.

Para ele, a elétrica estatal não é mais competitiva “nem no Brasil”.

“Precisamos mudar o conceito do papel do Estado, e a prioridade não deve ser sustentar uma empresa de energia como a Eletrobras”, comentou, acrescentando que a ideia é ter uma aprovação antes das eleições deste ano.

Coelho Filho ressaltou que o prazo para votação do projeto de desestatização da empresa no Congresso é “apertado”, mas ainda possível, embora existam forças contrárias ao processo.

Reportagem da Reuters nesta semana mostrou que a sucessão do ministro de Minas e Energia tem gerado preocupação em defensores da privatização da Eletrobras, à medida que políticos contrários à proposta para a estatal ganham força na definição do novo chefe da pasta.

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