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China reafirma que compras agrícolas junto aos EUA não afetam importações de outros países

As compras de produtos agrícolas dos Estados Unidos pela China não vão impactar as importações provenientes de outros países, disse nesta terça-feira (21) uma autoridade do Ministério do Comércio chinês.

A China vê como bem-vinda a entrada de produtos norte-americanos competitivos em seus mercados e espera que os EUA possam criar condições para facilitar as exportações ao país asiático, afirmou Li Xingqian em entrevista coletiva.

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Li acrescentou ainda que a China vai expandir importações com base em condições de mercado e em linha com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Como parte de um acordo comercial de Fase 1 assinado com os EUA na semana passada, Pequim concordou em realizar grandes aquisições de produtos agrícolas norte-americanos, mas ainda há dúvidas a respeito de uma série de questões.

 

O acordo comercial inclui promessa da China de comprar ao menos US$ 12,5 bilhões adicionais em produtos agrícolas em 2020, e ao menos mais US$ 19,5 bilhões a mais do que o nível de 2017, de US$ 24 bilhões em 2021. Porém, o governo chinês afirma que vai se basear em "princípios de mercado".

'Sem impacto'

Na semana passada, o vice-premiê Liu He já havia afirmado que outros fornecedores de commodities agrícolas para a China não serão impactados pelo acordo comercial com os Estados Unidos já que as compras serão baseadas em princípios de mercado.

"O mercado da China é uma parte muito importante do mercado internacional agora. Não é como se qualquer país pudesse exportar (para a China) tantos produtos quanto quiser. É preciso mostrar a competitividade do produto", disse ele.

As declarações de Liu destacam as incertezas que ainda persistem sobre o acordo e como a China vai implementar o aumento nas importações dos EUA após 18 meses de disputa que levaram os compradores agrícolas chineses a mudarem suas cadeias de oferta.

'Condições de mercado'

A promessa da China de comprar produtos agrícolas dos Estados Unidos mediante "condições de mercado" ampliou as dúvidas de produtores e operadores de commodities, já aguçadas pela manutenção das tarifas sobre exportações norte-americanas.

Segundo pessoas familiarizadas com as negociações, a insistência do presidente dos EUA, Donald Trump, em um grande acordo para compras de produtos agrícolas foi um importante ponto de divergência nas conversas. A China desejava ter liberdade para comprar com base nas demandas.

Na quarta-feira (15), falando ao lado de Trump, o vice-premiê chinês, Liu He, afirmou que as empresas chinesas vão comprar produtos norte-americanos "baseadas em condições de mercado".

A declaração pressionou as cotações da soja na bolsa de Chicago, que chegaram a recuar 1% ao longo da sessão.

"A soja despencou depois disso", afirmou Terry Reilly, analista sênior de commodities da Futures International. "'Quando o mercado ditar' significa que eles podem não retornar (ao mercado dos EUA) por 36 meses. Quem é que sabe? Isso significa 'quando eles precisarem e o preço for o certo'."

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